O Índice de Perceção da Corrupção (IPC) de 2024 da organização não governamental Transparência Internacional (TI), com sede em Berlim, divulgado nesta terça-feira, 11, revela que a corrupção é um problema perigoso em todas as partes do mundo, embora haja melhorias em alguns países.
A Guiné-Bissau é o país de língua portuguesa com maior percepção da corrupção, enquanto Cabo Verde é o melhor colocado, no IPC que classifica 180 países e territórios de acordo com os seus níveis de corrupção percebidos no sector público.
Nesse universo, a Guiné-Bissau ocupa a 158a. posição, tendo perdido um ponto em relação ao ano passado, enquanto Moçambique manteve a mesma posição, 146a.
Angola também caiu um lugar e ocupa a posição 121, Brasil fica na posição 107, menos duas que no ano passado e São Tomé e Príncipe manteve o mesmo lugar, 69.
Portugal é o lusófono que perdeu mais lugares, quatro, mas ocupa a 43a, posição no IPC em que Cabo Verde é o lusófono melhor colocado, 35o. lugar, menos duas posições que no ano passado.
Os Estados Unidos ocupam o lugar 28, menos dois que no passado.
A lista é liderada pela Dinamarca, Finlândia e Singapura e na cauda estão o Sudão do Sul (180), Somália (179) e Venezuela (178).
As análises
Na introdução do documento, o presidente da Transparência Internacional escreve que “a corrupção é uma ameaça global em evolução que faz muito mais do que prejudicar o desenvolvimento: é uma das principais causas do declínio da democracia, da instabilidade e das violações dos direitos humanos”.
François Valérian acrescenta que "as tendências perigosas reveladas no Índice de Percepção da Corrupção deste ano realçam a necessidade de se tomar medidas concretas agora para lidar com a corrupção global".
O fenómeno é apontado pela TI como "uma grande ameaça à ação climática porque impede o progresso na redução das emissões e na adaptação aos efeitos inevitáveis do aquecimento global".
Embora 32 países tenham reduzido significativamente os seus níveis de corrupção desde 2012, ainda há muito trabalho a fazer, de acordo com o relatório que, indica que 148 países permaneceram estagnados ou pioraram durante o mesmo período.
A África Subsariana detém a pontuação mais baixa, mas a organização diz haver esperança, "uma vez que vários países estão a mostrar o caminho a seguir com melhorias consideráveis".
Seycheles é o país da região melhor colocado, 18, seguido de Cabo Verde, 35, e Botswana, 43.
"A pontuação média crescente do Médio Oriente e do Norte de África é motivo de otimismo, mas este é o primeiro aumento em mais de uma década e é de apenas um ponto, para 39 em 100", diz a TI, que aponta a necessidade de a região "enfrentar os enormes desafios do conflito e do autoritarismo".
Do outro lado do Atlântico, escreve a TI, "as Américas devem enfrentar urgentemente a impunidade, proteger o espaço cívico e tomar medidas para conter a influência do crime organizado e das elites na política".