Guiné-Bissau: Um ano depois das eleições, crise política continua

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Eleitor vota em Bissau, Guiné-Bissau, 4 Junho 2023

A 4 de junho de 2023, os guineenses foram às urnas em eleições legislativas, depois de quatro anos de instabilidade política, com vários governos indicados e destituídos pelo Presidente da República

Com a "festa do povo" do ano passado, os guineenses deram a vitória à Coligação PAI - Terra Ranka, numa votação considerada exemplar tanto interna como externamente.

Apesar das várias pressões e ameaças de que os resultados não seriam respeitados, Umaro Sissoco Embaló prometeu aceitar a vontade popular e trabalhar com o novo Governo.

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O Executivo liderado pela Coligação PAI - Terra Ranka tomou posse em julho e a 4 de dezembro o Presidente da República dissolveu o Parlamento e, em consequência caiu o Governo, por uma alegada tentativa de golpe de Estado.

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Um ano depois, e com um Governo de iniciativa presidencial, repressão de manifestantes e de jornalistas, a Voz da América ouviu dois observadores da realidade guineense.

O jornalista e analista político Sabino Santos diz "não haver motivos de celebração".

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"Não há celebrações", diz Sabino Santos

Por seu lado, a jurista e analista política Carmelita Pires considera que o país vive um "estado de sítio não declarado".

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"Vivemos num estado de sítio não declarado", afirma Carmelita Pires

Quanto às eleições legislativas, que deviam ter acontecido 90 dias depois da dissolução do parlamento a 4 de dezembro, Sabino Santos diz não haver qualquer indicação nesse sentido porque o poder está na mão de uma pessoa.

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"Ninguém sabe o que vai passar na Guiné-Bissau", afirma Sabino Santos

Há algumas semanas, o Presidente da República disse que vai marcar as eleições legislativas para este ano e as Presidenciais para 2025.