Guiné-Bissau: tensão aumenta com dois primeiros-ministros a três semanas da eleicão

Crise agudiza-se a três semanas das eleições presidencaiis

Depois de na semana passada, o primeiro-ministro guineense Aristides Gomes ter denunciado supostos preparativos para um golpe de Estado, tendo acusado o candidato presidencial Umaro Sissoco Embalo, apoiado pelo MADEM-G15, de estar por trás desses movimentos, acusações que Embalo refutou, nesta semana o presidente José Mário Vaz demitiu o Governo de Gomes e empossou no cargo de Chefe do Governo, na tarde de terça-feira, 29, Faustino Imbali, dirigente do PRS, a terceira força mais votada nas legislativas de Março.

Enquanto a nível nacional, Aristides Gomes disse que continua no Governo e Faustino Imbali admitiu que serão os tribunais a pronunciarem-se sobre a situação actual, a CEDEAO e a CPLP consideraram ilegal a decisão de José Mário Vaz e manifestaram o seu apoio ao Governo de Aristides Gomes.

Hoje, o secretário-geral da ONU, António Guterres, em nota, disse acompanhar com “séria precupação” a situação na Guiné-Bissau e pediu que se respeitem “as decisões tomadas pela CEDEAO, sobre a governação”, lembrando que "essa decisão estabelece como o país deve ser governado até a eleição de 24 de Novembro".

A VOA tem procurado falar com os actores e analistas em Bissau para entender a situação, o que tem sido bastante difícil, por considerarem o "momento muito complicado".

Entretanto, Rui Landim, analista político mas crítico da situação actual, considera não haver um cenário de dois primeiros-ministros e acusa o Presidente José Mário Vaz de estar a cometer um “crime” ao violar a Constituição.

Ele reitera que o Governo do PAIGC é o legal e lembra os posicionamentos de organizações regionais e internacionais.

O jornalista e analista Rui Neumann acredita, por seu lado, haver condições para a realização da eleição presidencial prevista para 24 de Novembro.

Ambos analisam o quadro actual, na rubrica Agenda Africana, da VOA.

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