Guiné-Bissau: Sissoco Embaló questionado por remodelar do Governo

Presidente guineense Umaro Sissoco Embaló

Adiada a tomada de posse de novos ministros

Analistas guineenses questionam a remodelação governamental feita pelo presidente Umaro Sissoco Embaló, com alguns afirmando que tal apenas serve os seus interesses.

Na segunda remodelação, em menos de um ano, Embaló afastou três ministros, três secretários de Estado, e eliminou uma Secretaria de Estado.

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A tomada de posse dos novos membros do Governo, que estava prevista para hoje, foi adiada.

Para o analista politico Jamel Hamdem, trata-se de “estratégias para reforçar o poder do Presidente da República no Governo”.

“Estranha-me bastante o silêncio do primeiro-ministro em relação a esta matéria, porque numa remodelação governamental desta envergadura, deveria vir a público explicar as razões (…) Isso leva-nos à suspeição de que ele não tenha sido consultado ou se foi consultado, provavelmente, a sua opinião não vincou”, diz Hamdem.

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Guiné-Bissau: Sissoco Embaló questionado por remodelar do Governo

Na mesma linha, Fodé Mané jurista e investigador pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, diz que Sissoco Embaló pretende “ser um único chefe, controlar tudo.”

Com a remodelação, na óptica de Mané, “o próprio Nuno Gomes Nabian (primeiro-ministro) viu o seu poder bastante reduzido, porque o único ministério que lhe assegurava - o de Transportes e Comunicações - acabou por o perder (…) foi colocada uma figura muito próxima do Sissoco, que era até um dos seus conselheiros”.

O novo ministro em causa é Aristides Ocante, que entra no lugar de Augusto Gomes.

Noutra leitura, Mané diz que a remodelação “não atingiu aquela profundidade prevista, porque, talvez, os ventos que estão a pairar na África Ocidental tornam intranquilos os actuais titulares do poder”.

Face a isso, sublinha Mané, Embaló preferiu “não mexer naquilo que pode agitar algumas sensibilidades”.