Guiné-Bissau: Presidente da CNE refuta denúncias "sem fundamento nem base jurídica"

José Pedro Sambu responde acusações da mandatária de Domingos Simões Pereira

O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) na Guiné-Bissau, José Pedro Sambu, refutou as acusações da mandatária do candidato derrotado na eleição presidencial, Domingos Simões Pereira, que o acusou ter sido coagido a atribuir a vitória parcial ao candidato Umaro Sissoco Embalo.

Em declarações à VOA, Sambu disse que a denúncia de Ester Fernandes "não tem fundamento nem enquadramento jurídico" e que ela "não conseguiu explicar as circunstâncias nem as pessoas que o terão coagido".

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Guiné-Bissau: Presidente da CNE refuta denúncias "sem fundamento nem base jurídica" - 4:30

Em carta publicada na página do presidente do PAIGC, Fernandes escreveu que, “nas eleições de 29 de Dezembro, para atribuir a vitória parcial ao candidato do MADEM-G15, o presidente da CNE, José Pedro Sambu, fora coagido a cometer um erro grotesco”.

A também antiga ministra da Administração Territorial acrescentou que “o facto de ter sido obrigado pelas Forças Armadas e de ter perdido a sua liberdade de pensamento e de acção, o levou a forjar números e ignorar a soberania popular”.

Fernandes reiterou que as provas apresentadas pelo PAIGC à justiça abundam.

"Sem fundamento", diz Sambu

José Pedro Sambu refuta as acusações "tem fundamento nem enquadramento jurídico" e diz que "a mandatária não conseguiu explicar as circustâncias, nem nomes das pessoas que disseram que me terão coagido, é falso".

O presidente CNE acrescenta que a legislação "não permite alterar os resultados (...) porque, depois do apuramento regional, os dados são remetidos à Comissão Nacional de Eleições e então é feita a plenária para aprovação dos resultados para a seguir o presidente da CNE apresentar os resultados à comunicação social e à comunidade internacional".

Para Sambu, "é impossível tecnicamente fazer a alteração dos dados, até porque, além do Ministério Público, os representantes dos candidatos, depois do apuramento regional, têm as cópias com todos os dados relativos ao processo eleitoral".

Supremo decide

O presidente da CNE reitera assim que nada foi alterado na CNE e admite avançar com uma queixa-crime contra a mandatária de Domingos Simões Pereira, "mas depois de todo o processo".

A VOA não conseguiu falar com Ester Fernandes.

O Supremo Tribunal de Justiça deve anunciar amanhã a sua decisão sobre o recurso de contencioso apresentado por Domingos Simões Pereira que pede a impugnação dos resultados provisórios.

A 1 de Janeiro a CNE apresentou os resultados provisórios que deram a vitória a Umaro Sissoco Embale, apoiado pelo MADEM-G15.