Os acordos internacionais de pesca assinados pela Guine-Bissau com entidades estrangeiros têm provocado diversas reacções, algumas positivas, outras nem tanto.
O presidente da Associação Nacional dos Armadores da Pesca Industrial da Guiné-Bissau afirma que eles não têm sido benéficos para a Guiné-Bissau, mas o ministro ministro das Pescas garante que são bons e que a fiscalização continua.
Alberto Pinto Pereira é categórico ao dizer que "o nosso mar é pilhado, não chegando, entretanto, aos níveis de muitos países da nossa região, desde o Golfo da Guiné, até aqui, nas nossas águas, passando pelo Senegal".
Por isso, na opinião do presidente da Associação Nacional dos Armadores da Pesca Industrial da Guiné-Bissau, a pirataria nas águas territoriais guineenses não deve ser uma preocupação apenas dos governantes, mas também "dos empresários, da sociedade civil, porque o desafio vai para a incapacidade de se conseguir meios para operacionalizar as acções de fiscalização".
Alberto Pinto Pereira, entretanto, nega a versão em como “o Estado guineense pouco faz para conter a pesca ilegal”, mas tem uma visão critica em relação aos acordos internacionais.
"Os acordos internacionais são uma pedra no sapato do nosso Estado porque um produto estratégico como é o pescado não pode ser objecto de acordos políticos e nem podemos enquadra-los nos acordos comerciais, têm de beneficiar a nossa economia a 100 por cento", defende.
Por seu lado, o ministro das Pescas lembra que "todos os países com os quais temos acordos estão em mesmas condições e obrigações para com a Guiné-Bissau.
"Os nacionais [pescadores] fazem o registo das pirogas estrangeiras em seus nomes, mas isso não significa que os estrangeiros pagam menos. Aliás, os nacionais [pescadores] sempre pagam menos em relação aos pescadores estrangeiros", explica Orlando Mendes Viegas em conversa com a VOA.
Um facto curioso é que, apesar de várias denúncias em relação às actividades da pesca ilegal na Guiné-Bissau, há muito tempo que não se ouve, nos meios da comunicação social, informações sobre apreensões públicas de navios infractores.
O governante tem outra interpretação.
"O acto da fiscalização não significa a apreensão dos navios, o que se pretende com a fiscalização é dissuadir os infractores em não conseguirem os actos que não são admissíveis", diz Viegar, reiterando que "continuamos a fazer fiscalização e, a titulo de exemplo, em 2022 houve mais 100 abordagens e mais de sete navios apreendidos a quem foram aplicadas as respectivas multas".