Horas depois do encerramento das urnas na Guiné-Bissau, observadores nacionais e internacionais e dirigentes de partidos políticos classificaram de normal e exitoso o processo eleitoral de domingo, 4.
Todos, no entanto, notaram algumas queixas e pequenos incidentes, como eleitores que não encontraram seus nomes nas listas, que, segundo as autoridades, foram resolvidos.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) apresentará os resultados provisórios apenas na quarta-feira, 7, enquanto a missão de observação da União Africana dará a conhecer o seu relatório amanhã, 6.
As missões da União Africana e da CPLP deverão também fazer o mesmo amanhã, mas ainda não houve qualquer informação dessas organizações.
Entretanto, em termos parciais, o chefe da missão da CEDEAO, Jorge Carlos Fonseca disse à Voz da América, ainda a meio da votação, que todas as informações que tinha do interior e do que ele pôde observar "tudo estava a correr bem", salvo pequenas "queixas, normais, que se registam também em países ditos avançados".
O antigo Presidente cabo-verdiano destacou a "alta adesão às urnas", à volta de 70 por cento em muitas urnas, "da minha observação local" e o "enorme entusiasmo e civismo das pessoas", que chegaram para votar ainda antes das sete horas da manhã.
A Célula de Monitorização Eleitoral, uma estrutura integrada por várias organizações da sociedade civil guineense, com o apoio da comunidade internacional, em particular a União Europeia, apresentará o seu relatório às 16 horas de hoje, mas após o fecho das urnas, ontem, o seu porta-voz, Miguel de Barros, disse ter registado "um bom desenrolar do acto da votação”.
Com 200 observadores espalhados pelo país, que enviaram relatórios durante todo o dia, Barros adiantou que as informações recebidas permitiram "concluir que o processo iniciou-se bem, desenrolou-se bem e encerrou bem, sem grandes incidentes”.
Denúncia de urna no hospital, autoridade contesta
Também o líder da coligação PAI Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, disse ter tido informações de pequenos incidentes que estavam a "ser resolvidos pelas autoridades".
Entretanto, a presidente do Movimento Social Democrático (MSD), Joana Kobdé, úncia mulher a liderar um partido, disse à Voz da América existir uma urna na ambulância no Hospital da Pirada e que, como enfermeira, ele ia "tratar dela porque só está no hospital quem é doente", em referência ao que considerou ser uma "ilegalidade".
Em resposta, em declarações à imprensa local, o delegado da Comissão Regional de Eleições do sector de Pirada, Juvinal Albino Mango, afirmou que "não existe nenhuma urna de voto no centro de saúde".
Por seu lado, o secretário executivo adjunto da CNE, Idriça Djaló, em jeito de balanço no fim de domingo, admitiu ter havido pequenos incidentes, principalmente ao nível de cartões de eleitores, na sequência de uma falha informática que "foi resolvida a tempo", mas que outros foram da responsabilidade dos eleitores que não aproveitaram o período pós-recenseamento para sanar eventuais erros.