A produção de sal solar, na Guiné-Bissau, é assegurada por mulheres das zonas rurais, o que ajuda a empoderá-las financeiramente, apesar de limitações de mercado.
Eurizanda Maria Forbes é uma delas. Esta animadora comunitária na zona norte da Guiné-Bissau, junto à fronteira com Senegal, produz grandes quantidades de sal solar, com base em métodos avançados.
Zanda, tal como é mais conhecida, lidera o Agrupamento das Mulheres Produtoras de Sal Solar (Agrumusal) que atua, sobretudo, nas comunidades de Bigene e São Domingos, norte do país, e Cubucaré, Sul da Guiné-Bissau.
Ela conta que o novo método “tem um grande impacto, porque, nas comunidades, as mulheres estão agora mais descansadas, já não vão para as matas à procura de lenha para produzir sal. Agora levam poucas horas para produzir sal, comparativamente ao passado”.
Veja Também Guiné-Bissau: Mulheres de Biombo pedem armas para combater criminosos“Antes, não conseguiam produzir mais de 10 sacos de 50 quilogramas de sal por campanha anual, devido à temperatura e falta de lenha, mas agora, uma mulher consegue produzir uma ou mais toneladas de sal (sem exagero). Com isso têm a tendência de ter mais rendimento”, diz Zanda.
A produção de Sal Solar, apoiada pela organização Acção para o Desenvolvimento, empodera financeiramente as mulheres e reduz a destruição das matas e mangais, muda a vida das comunidades.
Zanda realça que esse rendimento “lhes permite custear a saúde e propinas para os seus filhos, como também investir em negócios adicionais”.
Mas esta produção encontra desafios. “A quantidade que produzimos ultrapassa a capacidade de consumo nacional. Não conseguimos exportar para os países vizinhos (Senegal e Guiné Conacri), porque todos eles produzem sal em quantidade”, diz Zanda.
Além disso, “temos problema sério com as embalagens, as nossas não têm qualidade”, desafa.
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