Os pacientes dos hospitais públicos e de centros de saúde na Guiné-Bissau foram forçados a abandonar as enfermarias devido à paralisação iniciada nas segunda-feira, 20, em todo o território nacional pelos sindicatos do sector da saúde.
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Para evitar o pior, o Governo recrutou seis médicos militares para prestar serviço no Hospital Simão Mendes, o maior do país, principalmente aos doentes críticos.
Entre outras reivindicações, os técnicos em greve exigem o pagamento de salários e subsídios em atraso, o enquadramento efectivo no chamado Estatuto de Pessoal de Saúde e melhorias de condições nos centros de atendimento aos doentes da Covid-19.
A paralisação é por tempo indeterminado e envolve todos os sindicatos ligados ao sector da saúde.
Os cenários mais evidentes nesta terça-feira, 21, são de camas vazias nos estabelecimentos de saúde.
Os doentes, na sua maioria crianças e grávidas, foram retiradas das enfermarias dos principais hospitais de Bissau e do interior.
Como alternativa, os familiares dos internados recorreram às clínicas privadas e hospitais semi-públicos.
O director do Hospital Simão Mendes, Sílvio Coelho, indicou que “não foi observado o serviço mínimo em nenhum departamento desde o início do boicote e até à 00:00 desta terça-feira”, pelos sindicatos, facto que o levou a “orientar os pacientes mais críticos a recorrerem aos hospitais e clínicas privados".
Entertanto, Júlio António Mendonça, secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), disse que os serviços mínimos já estão a ser respeitados.
Por outro lado, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH, disse “registar com muita apreensão a paralisação total dos serviços de saúde decretada pelas organizações sindicais do sector de saúde”
A organização ainda “condena a inércia do Ministério da Saúde e responsabiliza o Governo pelas eventuais mortes evitáveis que poderão ocorrer em consequência desta catástrofe nacional no Serviço Nacional de Saúde”.