Pelo menos 11 pessoas morreram na tentativa de golpe de Estado ocorrida na Guiné-Bissau, na terça-feira, 1, das quais sete militares e paramilitares, um polícia e três civis.
A informação foi avançada pelo porta-voz do Governo, Fernando Vaz, numa declaração lida no final da tarde desta quarta-feira, 2, em que, uma vez mais, disse que o acto foi um “atentado à democracia”, sem, no entanto, apontar qualquer responsável.
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Vaz contou que o grupo de “pessoas desconhecidas trajadas à paisana” irrompeu no Palácio do Governo quando decorria a reunião do Conselho de Ministros, presidida pelo chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, com o objectivo claro “de matar as autoridades presentes” e “a decapitação do Estado, com o assassinato do Presidente da República, o que provocaria o caso político e social em benefício de interesses incofessos”.
O porta-voz afirmou que a “robustez” dos meios prova que o grupo tem fortes apoios.
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Nos confrontos, morreram, segundo Fernando Vaz, sete pessoas, entre militares e paramilitares que se posicionaram em defesa das autoridades políticas, um polícia do grupo de insurgentes e três civis.
Este "crime hediondo e inaudita tentativa de assassínio colectivo", segundo o porta-voz do Governo, não foi além devido ao "estoicismo e o sentido de dever constitucional" de jovens que se posicionaram ao lado das autoridades eleitas”.
Veja Também Guiné-Bissau: Domingos Simões Pereira condena tentativa de golpe e pede inquérito rigorosoO "sacrifício dos jovens que morreram não ficaram em vão", realçou Fernando Vaz, para quem a intenção visava "criar o caos, facilitar o caminho de imediato ao crime organizado internacional".
O Governo, concluiu Vaz, tem o controlo de todo o território nacional.
O porta-voz não se referiu a presos, nem adiantou qualquer detalhe sobre o eventual cabecillha da tentativa de golpe.
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Apoios ao Presidente
Nesta quarta-feira, o Presidente da República recebeu o embaixador da França e o representante da CEDEAO que, segundo nota da Presidência, congratularam-se com a forma como a situação foi ultrapassada e reiteraram o seu apoio ao país.
Os partidos políticos condenaram a tentativa de golpe em comunicados separados e pediram a responsabilização dos seus autores.
O presidente do PAIGC, maior partido no Parlamento, e antigo candidato presidencial, Domingos Simões Pereira, exigiu a abertura de um inquérito rigoroso por “entidades com vocação e competência para garantir a credibilidade necessária, ao ponto de se poder decifrar qual é a proveniência dessas pessoas, estavam a mando de quem, quais eram os propósitos e que em função dessa escalpelização sejamos capazes de ver a justiça, de facto, funcionar”.
O secretário-geral da ONU, a União Africana, a CEDEAO, a CPLA e os chefes de Estado dos países africanos de língua portuguesa também condenaram a tentativa de golpe.