As autoridades policiais impediram hoje, 27, na cidade de Bissau, a manifestação convocada pela sociedade civil, que exige a interrupção das negociações para o acordo da zona de exploração conjunta de recursos entre a Guiné-Bissau e o Senegal.
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Tal acordo foi assinado há 20 anos e que dá à Guiné-Bissau 15% contra 85% para o Senegal de recursos vindos de uma eventual exploração de hidrocarbonetos.
A marcha impedida era liderada pelo Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, cujo líder Sana Santé diz que o governo não tem legitimidade para discutir a questão de zona conjunta, em virtude de não ter sido eleito.
Ela argumenta que “não existe coisa alguma de zona conjunta (…) aquela zona é, exclusivamente, território da Guiné-Bissau e não pode haver negociações para partilha”.
Os activistas liderados por Santé são também contra o adiamento das eleições legislativas de 18 de novembro.
“Este governo foi criado para organizar eleições, na data de 18 de novembro, deste ano e esta data não pode, de alguma forma falhar, porque representa a esperança deste povo para sair desta situação,” diz Santé.
Santé promete continuar a lutar por estas duas causas. “Não desistimos. Estamos a reorganizar as forças para atacar, de novo, e vamos lutar até ao nosso último suspiro.”
Para este líder da sociedade civil, as “autoridades nunca agiram em defesa dos interesses nacionais, e aqui estão a agir, em claro interesse das autoridades do Senegal, o que não vamos tolerar”.