Quando a Guiné-Bissau completa 50 anos como país independente, a juventude continua a deparar-se com a falta de oportunidades de emprego, mesmo com um diploma nas mãos.
A maioria não teme dizer que sente-se frustrada e que a falta de emprego continua a ser um dos maiores problemas para a juventude guineense.
A maioria dos jovens não têm emprego, eu estou aqui a deambular de um lado para o outro, há muitos jovens na minha condição sem emprego e sem nada", disse um jovem em Bissau enquanto outro pede aos políticos que "deixem os problemas de lado e olhem para o país".
Karimo Martins Nhimbamba afirma que nada mudou.
"Cinquenta anos de independência, mas tudo está na mesma, os governantes do nosso país são todos iguais. Preocupam-se mais das suas famílias. Esquecem de nós, a população", afirma Nhimbamba.
Por esta e outras razões nasceram e ainda sobrevivem no país muitas organizações juvenis com a missão de orientar a juventude na sua formação para o mercado do trabalho.
O secretário executivo do Fórum da Juventude e População apresenta, no entanto, uma visão positiva dos esforços e da afirmação dos jovens guineenses em vários domínios.
Veja Também Guiné-Bissau: Trabalhadores domésticos, um mundo de violações"Exemplo disso é quando olharmos para o mundo da cultura, literatura, arte, música, desporto, vamos encontrar jovens com enormes talentos. Se formos para o campo académico, vamos encontrar uma longa fila de jovens a cursarem em diferentes áreas com graus académicos elevados. Portanto, todos os elementos contribuem de forma diferenciada na afirmação e em busca de protagonismos desta importantíssima categoria social", enumera Baite Badjana.
Aquele dirigente juvenil também diz que todos os guineenses desejam ter um país diferente, como se pode ouvir "nas lamentações”, mas nada está perdido.
"Continuar a estudar e a investir na formação, como sempre fez, mesmo em situações difíceis. Outrossim, a juventude guineense precisa agora, mais do que nunca, definir a sua própria agenda", aponta Badjana.
Por seu lado, o presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ) aponta que "enquanto jovem, esperava que estes 50 anos servissem para o desenvolvimento de todos os setores da nossa vida pública, mas infelizmente tal não aconteceu, o que dá uma certa frustração".
Abulai Djaura, entretanto, tem esperança de que um dia a Guiné-Bissau vai conhecer o seu progresso e os jovens terão a oportunidade de uma vida melhor.
Para tal, pede "políticas que possam garantir emprego e para a nossa juventude".
O país celebra no dia 24, o 50o. aniversário da declaração da Independência Nacional.