A 14 de Abril de 2014 a Guiné-Bissau foi a votos e colocou fim a dois anos de um regime controlado pelo exército.
Na altura, o PAIGC, liderado por Domingos Simões Pereira, ganhou as eleições legislativas e o seu candidato à Presidência José Mário Vaz assumiu a Chefia do Estado.
O país regressou à normalidade constitucional, o que foi muito saudado pela comunidade internacional.
Em Março de 2015, o Governo organizou uma mesa-redonda em Bruxelas na qual conseguiu promessas de mais de mil milhões de euros para projectos no país.
Entretanto, em Agosto, e depois de uma crise de relacionamento entre o Presidente da República e o primeiro-ministro, José Mário Vaz demitiu Domingos Simões Pereira.
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Desde então a Guiné-Bissau entrou numa profunda crise institucional e política e o Governo, também liderado pelo PAIGC, não conseguiu fazer aprovar o seu Programa.
Edimar Nhaga, activista dos Direitos Humanos, não conseguiu apontar nenhum ponto positivo que tenha marcado o país durante este período da crise
“Mesmo não havendo mortes ou outras violações físicas brutais, os guineenses têm que admitir que tudo que se assiste actualmente, representa um atentado aos direitos humanos na Guiné-Bissau”, ressalvou Nhaga.
Com enfoque na fase pós-queda do Governo de Domingos Simões Pereira, aquele activista diz que a população “está privada daquilo que é o essencial, sem poder de compra, face ao elevadíssimo preço dos produtos de primeira necessidade, agravada pelas greves nos sectores de saúde e educação.
A interrupção sistemática no fornecimento de água potável e energia elétrica, sobretudo, para em Bissau, é para Nhaga consequência “da crise despoletada há um ano”.
O quadro económico, resultante da presente crise, é feito aqui pelo economista Saturnino de Oliveira, que apresentou uma avaliação prática sobre o que está a acontecer no dia-a-dia da população guineense:
“Há dois anos atrás, notava-se que o nível de vida da população estava a acrescer, numa tendência não acelerada, mas hoje os que andavam de taxi, já não o fazem, pois andam de toca-toca. Isso significa que o nível de disponibilidade financeira da população diminuiu-se bastante, analisou Oliveira, lembrando que “mesmo com algum crescimento económico, ele não tem repercussão na população, porque com esta crise, as pessoas estão a sofrer”.
A Assembleia Nacional Popular volta a reunir-se a 3 de Maio para tentar aprovar o Programa do Governo.