Os guineenses lembram o dia do Massacre de Pindjiguiti de 1959 com uma manifestação, que é parte das contínuas reivindicações, sobretudo na função pública.
Passam sete meses que os trabalhadores da função pública fazem sucessivas greves contra o aumento de impostos e regalias exorbitantes a favor dos governantes.
Por conta disso, o significado deste dia ganhou outra dimensão, através da manifestação convocada, uma vez mais, pela UNTG, a maior central sindical da Guiné-Bissau, cujo Secretário-geral, Júlio Mendonça, destaca que “o dia 3 de agosto deve servir como data de reflexão por parte de todos os guineenses, principalmente os nossos governantes”.
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Mendonça diz que “não basta criar espectativas ao nosso povo, mas o importante é mudar o paradigma de governação, que implica o rigor na gestão da coisa pública, organização da administração pública, cumprimento escrupuloso do princípio da legalidade e combate severo à corrupção”.
Ele critica facto de “o Governo da Guiné-Bissau é o único no mundo que tem a coragem de instituir novos impostos e taxas que provocaram diminuições substanciais do salário dos trabalhadores”.
E “como se não bastasse, teve (o Governo) a coragem de institucionalizar injustificadamente subsídios milionários aos ditos representantes de órgãos de soberania e per-diem de viagem neste período de pandemia,” acrescenta o sindicalista.
A 3 de Agosto de 1959, estivadores do principal porto de Bissau desencadearam uma acção reivindicativa contra o patronato para exigir melhores condições laborais. Dezenas foram mortos.