Um dia depois de sete membros do PRA-JA Servir Angola deixarem o grupo parlamentar da UNITA e, por consequente, a Assembleia Nacional, o principal partido da oposição reitera que tal decisão decorre de uma imposição legal.
Como explicou o coordenador do PRA-JA, a legislação impõe que quem asume cargos de direção de um partido não pode estar num grupo parlamentar de outro partido.
Veja Também Abel Chivukuvuku deixa Parlamento e defende que a Frente Patriótica Unida se transforme numa coligação"Ninguém foi obrigado a nada, ninguém foi coagido, a lógica foi quem quer ficar nos órgãos do PRA-JA sai do Parlamento, quem quer ficar no Parlamento fica, mas não vai para os órgãos do PRA-JA", disse Abel Chivukuvuku aos jornalistas ao deixar o Parlamento na quinta-feira, 16.
Dos 11 membros do PRA-JA eleitos em 2022 na lista da UNITA, ao abrigo da Frente Patriótica Unida (FPU), cinco continuam no grupo parlamentar do partido do Galo Negro.
Em alguns círculos de Luanda e também na imprensa questionou-se se essa saída pode colocar em causa a FPU.
Chivukuvuku, no entanto, reiterou que o partido continua na FPU que, segundo ele, deve ser reforçada, reformulada e se necessário alargada, tendo defendido a sua transformação numa coligação.
Por seu lado, o Grupo Parlamentar da UNITA emitiu um comunicado a reiterar que "uma vez que o PRA-JA Servir Angola foi reconhecido oficialmente em outubro de 2024 pelo Tribunal Constitucional, os requerentes já não podem fazer parte do Grupo Parlamentar da UNITA" que "é a única e verdadeira razão do pedido de suspensão do mandato dos 7 deputados militantes do PRA-JA Servir Angola".
A nota assinada "reafirma a determinação da manutenção e do alargamento da Frente Patriótica Unida (FPU) com os atuais e futuros parceiros em prol da alternância política que Angola clama" e ainda "agradece o empenho e dedicação" daqueles antigos deputados.