Suspeitos de pertencerem ao Estado Islâmico, os rebeldes das ADF mataram 20 civis na província de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo, informaram fontes locais na quinta-feira, 12.
“As vítimas foram feitas reféns na terça-feira durante um ataque das ADF” em Babila Babombi, uma localidade de Mambasa, um território regularmente visado pelas ADF e outros grupos de milícias, disse à AFP o administrador da polícia, Matadi Muyapandi.
Há 20 mortos - 16 homens e quatro mulheres”, disse, acrescentando que quatro pessoas que escaparam foram hospitalizadas.
“As vítimas tinham sido decapitadas, o modus operandi” das ADF, rebeldes ugandeses de origem maioritariamente muçulmana, que estabeleceram uma presença nas últimas três décadas no leste da República Democrática do Congo, matando milhares de civis.
Nos últimos meses, registou-se uma série de ataques deste tipo. As vítimas foram capturadas em vários ataques a aldeias vizinhas e depois “agrupadas na floresta para serem executadas”, disse Rams Malikidogo, um defensor dos direitos humanos em Mambasa.
“As vítimas são garimpeiros, comerciantes e agricultores”, disse à AFP, sob condição de anonimato, um trabalhador humanitário local contactado por telefone.
Os assassinatos foram perpetrados num local isolado e “precisamos da presença dos militares para recuperar os corpos e enterrá-los com dignidade”, acrescentou.
Em 2019, as ADF juraram fidelidade ao grupo Estado Islâmico, que as apresenta como o seu ramo da África Central.
As ADF foram acusadas de massacrar civis congoleses e de organizar ataques no país vizinho, o Uganda.
Desde o final de 2021, os exércitos congolês e ugandês conduziram operações conjuntas contra as ADF no Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri, mas até à data não conseguiram pôr termo aos ataques mortais contra civis.
Alguns peritos consideram, no entanto, que as operações apenas dispersaram os rebeldes para zonas de difícil acesso, onde continuam a atacar os civis.