Os trabalhadores da empresa de Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL), que foram subsituídos na semana passada por elementos ligados à Unidade da Guarda Presidencial e do JMPLA, depois de terem iniciado uma greve, são agora acusados de terem ameaçado o PCA da empresa de morte, numa carta anónima.
Cerca de 10 trabalhadores que integram a comissão de negociações da empresa TCUL estão a ser processados judicialmente pelo presidente do Conselho de Administração, Freitas Neto, por alegada ameaça de morte.
Em declarações à VOA, Polo da Costa, motorista da TCUL e um dos integrantes da comissão que foi ouvido ontem, disse que, até ao momento, os mais de 2000 trabalhadores continuam sem exercer as suas funções por terem sido substituídos por funcionários da Unidade da Guarda Presidencial (UGP), como motoristas, e por elementos da JMPLA, como cobradores. "Nós continuamos apenas a assinar o livro e não estamos a trabalhar, continuam a trabalhar os militares e o pessoal da JMPLA”, disse.
Polo da Costa afirmou que o presidente do Conselho de Administração Freitas Neto, na empresa desde Setembro de 2013 e que permanece incontactável, tem abusado da instituição.
“A empresa abriu um processo contra todos os membros da comissão e já fomos responder porque antes rolou um documento anónimo a dizer que o senhor anda a abusar da empresa”, contou Costa.
De recordar que no dia 1 de Outubro mais de 2000 empregados da TCUL entraram em greve, tendo sido a maioria substituída.
A greve por tempo indeterminado visa exigir aumentos salariais, pagamento de subsídios e melhores condições de trabalho.
A empresa funciona dentro de Luanda e entre a capital e várias províncias do país.