Greve paralisa escolas em Angola, sindicato diz não haver diálogo e Governo pede voto de confiança

Professores angolanos em greve, Luanda, 23 Novembro 2022

Cerca de 11 milhões de alunos afectados pela greve dos professores do ensino primário e segundário

Os professores angolanos iniciaram nesta quarta-feira, 23, uma greve a nível nacional de uma semana para exigir ao Governo que responda ao caderno reivindicativo entregue há três anos.

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Professores angolanos em greve - 2:09

A paralisação decorre da falta de diálogo por parte da entidade patronal, segundo o Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof), enquanto a ministra da Educação apela à ponderação e pede voto de confiança no Executivo e as vítimas, os estudantes, dizem ter sido apanhados de surpresa pela greve.

Com uma adesão de 100% em Luanda, pelo menos, a greve dos professores visa exigir a redução do Imposto de Rendimento do Trabalho (IRT) sobre o salário, a actualização do estatuto remuneratório dos agentes da educação, pagamento do subsídio de isolamento e merenda escolar para os estudantes, entre outros problemas.

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“O Presidente da República, na apresentação do estado da nação, falou sobre o subsidio de isolamento, então por que é que não figura já na proposta do orçamento?”, questiona o presidente do Sinprof, Guilherme Silva.

Entretanto, a ministra do Educação, apela à ponderação e pede voto de confiança no Executivo a resolver os problemas da classe.

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“Dissemos que estamos abertos a dialogar, o Executivo está a trabalhar no sentido de responder às preocupações que foram apresentadas, eu apelo aos meus colegas a uma ponderação e um voto de confiança porque estamos a trabalhar para resolver as questões apresentadas”, afirma Luísa Grilo.

Entretanto, alguns estudantes ouvidos pela VOA dizem terem sido surpreendidos com a paralisação das aulas.

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Guilherme Silva, também dirigiu-se aos estudantes, dizendo que “não estamos a abandonar os alunos, é uma forma também de ensinar para quando um dia violarem os seus direitos puderem reenvindicar”.

Cerca de 11 milhões de alunos do ensino primário e secundário estão afectados com a greve.