Profissionais de saúde observaram, pelo segundo dia, a greve convocada para exigir melhores condições de trabalho em várias unidades sanitárias de Maputo, com utentes a serem afetados pela morosidade no atendimento ou total falta de serviços.
Uma utente, que pediu anonimato, contou à VOA que seguiu uma longa fila numa unidade de saúde do bairro da Liberdade, por conta da greve. “Vim ao hospital e não fomos atendidos”, contou o pai de uma menina cuja filha febril não foi atendida, no bairro de Xipamanine.
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Os centros de saúde procuram oferecer serviços essenciais. Na maioria dos casos, isso é garantido por médicos, sem grande parte do pessoal de apoio.
A porta-voz da Associação dos Profissionais de Saúde, Rossana Zunguze, relata uma adesão na ordem de 75%, ou seja, mais de 50 mil profissionais de saúde, que desafiam ameaças das autoridades.
Os profissionais de saúde queixam-se da falta de medicamentos, camas e ambulâncias, equipamento de proteção individual não descartável, além da resolução das irregularidades no pagamento de subsídios.
O porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, à saída da sessão desta terça-feira, disse que a realização da greve surpreendeu o Governo, uma vez que está a decorrer um diálogo cordial para a resolução das reivindicações dos profissionais de saúde.
Zunguze recordou que a greve vai durar 30 dias prorrogáveis, salvo se as autoridades resolverem as questões que preocupam a classe.
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