O Governo moçambicano disse ter iniciado um diálogo com a representação diplomática dos Estados Unidos para tentar reverter a decisão da Administração Trump que suspendeu, por 90 dias, a ajuda internacional.
O porta-voz do Executivo reconheceu que “a decisão tomada pelos Estados Unidos da América (…) tem impacto em Moçambique, pois este financiamento é essencial para a manutenção de programas estratégicos e prioritários, nas áreas de “tuberculose, HIV/SIDA, planeamento familiar, fortalecimento da cadeia de abastecimento de medicamentos, entre outros”.
Inocêncio Impissa destacou que essa retirada brusca “compromete, como se pode imaginar, de alguma forma, a eficiência da implementação” dos programas da saúde e lembrou que o país tem um rácio de 18.5 profissionais de saúde em cada 10 mil habitantes, contra 45 profissionais, como recomenda a Organização Mundial da Saúde.
O também ministro da Administração Estatal e Função Pública admitiu que o seu Executivo tem, neste momento, “um desafio enorme para alcançarmos esta meta” e, por isso, “iniciou um diálogo com a representação dos Estados Unidos” para reverter a suspensão, sem dar mais detalhes.
Veja Também Seca afecta o acesso à alimentação de 26 milhões de pessoas na África Austral, diz ONUo entanto, Impissa acrescentou que as autoridades estão a estudar outras alternativas para mitigar a situação, até uma decisão final dos Estados Unidos.
Moçambique recebeu, em 2023, 664,1 milhões de dólares dos Estados Unidos, o valor mais elevado entre os países de língua portuguesa em África.
Em segundo lugar, está Angola com 71,3 milhões de dólares, Cabo Verde e Guiné-Bissau, ambos com 2,9 milhões, e São Tomé e Príncipe, com 216,3 mil dólares.
Neste momento, tanto Moçambique e Cabo Verde têm em curso um compacto de ajuda da agência Millenium Challende Corporation, o Millecnium Challenge Account, cujos próximos passos se desconhecem.