O Governo de Moçambique dá como seguro o regresso da população e da autoridade administrativa à vila de Quissanga, na província de Cabo Delgado, que tinha sido ocupada por insurgentes em abril, mas analistas alertam que as pessoas ainda correm o risco de novos ataques.
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Mais de 45 mil pessoas fugiram da sede distrital de Quissanga, na sequência do ataque dos insurgentes, a 25 de abril, tendo o grosso dos deslocados procurado refúgio na cidade de Pemba.
O secretário de Estado de Cabo Delgado, Armindo Ngunga, deslocou-se a Quissanga, e ficou alarmado com o grau de destruição de infraestruturas, incluindo o edifício do Governo disrital.
"Reabilitar Quissanga é um exercício muito grande, porque está totalmente destruido", lamentou aquele governante.
O comandante-geral da Polícia, Bernardino Rafael, fez parte da comitiva do secretário de Estado e disse que as Forças de Defesa e Segurança vão permanecer na vila para assegurar o funcionamento das instituições.
Entretanto, o director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, receia que as populações voltem a ser atacadas.
Ele diz que "a população corre o risco ao voltar para Quissanga porque os insurgentes ainda não foram repelidos, mas, ao mesmo tempo, compreendo a ansiedade por regressar, porque paira a ideia de que as pessoas podem estar a ser retiradas das suas zonas para depois se ocuparem as terras, uma vez desocupadas".
Por seu turno, o sociólogo Francisco Matsinhe diz não ver com bons olhos o regresso a Quissanga, porque, "toda a zona norte de Cabo Delgado é insegura, tanto mais que na semana passada, houve um ataque a Muidumbe".