O Governo de Moçambique anunciou a introdução ainda este ano, do serviço de cabotagem, para reduzir os preços das mercadorias, numa altura em que os cidadãos, sobretudo no norte do país, se queixam da falta de infraestruturas, o que torna a vida mais difícil.
O ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita disse que três empresas já estão a discutir com as autoridades do sector os detalhes relativos ao desenvolvimento do serviço de cabotagem, num esforço para reduzir assimetrias em termos de competitividade e beneficiar as populações.
O anúncio surge numa altura em que alguns cidadãos no norte do país queixam-se da falta de investimentos na área de infra-estruturas, tornando a vida mais cara e pondo em causa a unidade nacional.
Luís António, residente na cidade de Lichinga, capital da província nortenha do Niassa, disse que "nós estamos a reclamar sobre a estrada Cuamba-Lichinga há bastante tempo, mas estamos a ver lá em Maputo a construírem a ponte Maputo-Catembe e a estrada circular. Não sei se é essa unidade nacional de que se fala".
Economistas dizem, entretanto, ser necessária a adopção de políticas que facilitem as trocas comerciais dentro do país, apostando, por exemplo, na cabotagem, uma vez que o transporte terrestre ou aéreo é bastante caro.
Segundo economistas, "neste momento, é mais caro trazer uma mercadoria da Zambézia para Maputo do que, por exemplo, dos Estados Unidos da América para Maputo".
Carlos Mesquita afirmou que o início do serviço de cabotagem vai permitir também recuperar alguns portos secundários e terciários, sublinhando que "isso terá implicações directas no desenvolvimento local".
À excepção dos portos de Maputo, Beira, Nacala e Quelimane, os restantes estão praticamente inoperacionais por falta de um serviço de cabotagem eficiente.