O Governo moçambicano está a projectar um plano de desenvolvimento integrado ao longo da fronteira com o Malawi para conter o fluxo de moçambicanos para o país vizinho.
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A tensão político-militar na região de Moatize, província de Tete, fez com que perto de seis mil moçambicanos procurassem refúgio no vizinho Malawi, no campo de acomodação de Kapise, que está já aquém das suas capacidades para acolher estes refugiados.
Agora, o executivo moçambicano anuncia acções para o regresso desses refugados ao país.
"O Governo tomou a decisão de continuar a afazer o acompanhamento dos moçambicanos que estão refugiados no Malawi, no sentido de encontrar aquilo que podem ser apoios necessários para que a vida deles pode continuar com a normalidade, mas por outro lado continuará a trabalhar no sentido de permitir que as pessoas possam regressar ao país, porque só cá no país é que podem continuar com a sua vida normal, continuar a desenvolver as suas actividades Económicas e suas actividades sociais", revelou o vice-ministro da Administração Estatal e Função Pública, Roque Silva.
Para incentivar o seu regresso à sua terra de origem o Executivo projecta implementar um plano de desenvolvimento integrado nas quatro províncias que fazem fronteira com o Malawi para conter o fluxo de moçambicanos para o país vizinho.
Instado a comentar este plano, o analista político Simão Nhambe considera que o Governo deveria olhar para as reais causas que levaram estes moçambicanos a procurar refúgio no Malawi.
"O plano de desenvolvimento integrado não pode ser visto como a medida que deve de facto combater o fluxo dos moçambicanos para o Malawi, porque a motivação principal é a instabilidade política de que os moçambicanos estão a fugir dessa região do país e não necessariamente o desemprego", explica Nhambe, para quem "é necessário que haja políticas não só para as zonas afectadas pelo fluxo migratório, mas para todo o país para mitigar a questão do desemprego e criar medidas para que todo moçambicano em todo lado se sinta seguro".
Nhambe acrescenta que a resolução do conflito político-militar está a caminhar a passos lentos.