O tráfico e raptos de albinos, para a extracção do seus órgãos, continua a preocupar a sociedade moçambicana.
Para fazer face a este crime, o Governo decidiu criar uma comissão interministerial que vai trabalhar para que se apliquem as medidas punitivas previstas na lei e garantir a protecção dos albinos.
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Este ano há o registo de 15 casos de desaparecimento de pessoas portadoras de albinismo.
A população diz que este desaparecimento está relacionado a fins ligados à superstição, algo que é desmentido pelos próprios albinos, na voz de Laura Amélia, portadora do albinismo que o uso dos seus órgãos não permitem o enriquecimento.
"Eles dizem que alguns de nós têm utilidade no curandeirismo, temos um valor, algo que lhes dê muito dinheiro, mas não é verdade, eu acho que eles querem os nossos órgãos para fins ilícitos,e ganhar dinheiro", disse Amélia.
Para estancar este crime, a associação Albimoz propõe a união da sociedade mocambicana.
"Sem união não poderemos vencer este crime que está a aumentar nos últimos tempos e estamos a ver que está a alastrar-se cada vez mais, por isso nos reunimos para dizer não e basta à onda de raptos aos albinos”, disse Wiliam Tomás.
A província de Nampula assume o destaque nos casos de rapto de albinos no país, e os país de crianças portadoras desta deficiência na pigmentação exigem que o Governo adopte medidas mais duras, defende Sonia Mboa, mãe de uma criança albina.
"Chamo a atenção a quem de direito para que apliquem uma lei que defenda a estes portadores do albinismo, que não é nenhuma doença, eles são iguais a nós", pediu Mboa.
Em reposta a estes apelos, o Governo decidiu criar uma comissão interministerial constituída por quadros do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos e do Interior, para adoptar medidas para acabar com as agressões e raptos aos albinos para fins obscuros, segundo deu a conhecer Mouzinho Saide, porta-voz do Conselho de Ministros.
"No nosso país temos um quadro legal que criminaliza este tipo de actos de raptos, ofensas corporais e a orientação é que este quadro, legal seja cumprindo, portanto responsabilizar as pessoas que estão a protagonizar este tipo de acto, lembrou Saide.
O Governo moçambicano já traçou um plano de acção para ajudar os albinos e seus familiares, que inclui a promoção dos direitos das pessoas portadoras de deficiência.