Governo e Renamo assinam "Acordo para a Paz Definitiva"

Filipe Nyusi e Ossumo Momade falam em nova fase

O Presidente moçambicano Filipe Nyusi e o líder da Renamo assinaram nesta quinta-feira, 1 o Acordo para a Paz Definitiva, que visa por fim ao conflito entre as partes que se arrasta há muito.

Ossufo Momade, da Renamo, disse esperar que não haverá mais perseguição e ataques, enquanto Filipe Nyusi afirmou que o passado é passado e que o país entra numa nova etapa de respeito e paz.

"Queremos enterrar a cultura da violência e da falta de aceitação do outro, a negação das liberdades e dos direitos fundamentas dos moçambicanos", reiterou Momade na sua intervenção, que garantiu que o seu partido está comprometido com "a manutenção da paz e a reconciliação nacional, como alicerces para o desenvolvimento económico e social".

Ao intervir depois da assinatura do documento, Filipe Nyusi apontou para uma "nova fase de esperança".

"O acto que acabamos de assinalar mostra o nosso compromisso com a paz definitiva e duradoura", sublinhou Nyusi, para quem "o dia 1 de Agosto ficará marcado na história como a data em que os moçambicanos disseram basta aos conflitos militares".

"Hoje, dia 1 de Agosto, nasceu uma nova criança", concluiu o Presidente moçambicano.

Cerca de cinco mil antigos guerrilheiros começaram a entregar as armas no àmbito do processo de desmobilização e reintegração negociado entre as partes.

Estados Unidos reagem

Numa primeira reacção, a Embaixada dos Estados Unidos em Maputo felicita o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o Presidente da Renamo, Ossufo Momade, pela assinatura conjunta do acordo de cessar-fogo definitivo “que abre caminho à assinatura de um acordo de paz permanente em Agosto”.

“Os Estados Unidos saúdam esta notícia de progresso significativo no sentido de alcançar estes marcos-chave e insta ambas as partes a continuarem a tomar medidas concretas e simultâneas para cumprirem os seus respectivos compromissos no âmbito dos acordos sobre assuntos militares e descentralização”, lê-se na nota enviada à imprensa, na qual garantem continuar “empenhados em trabalhar no âmbito do Grupo de Contacto Internacional para prestar o apoio necessário para alcançar uma paz duradoura tão merecida pelo povo de Moçambique”.