Vinte e quatro horas depois do atentado contra o deputado e secretário-geral da Renamo, o ministro moçambicano da Defesa Nacional Atanásio Mtumuke disse à VOA que o Governo, na altura, não tinha detalhes sobre o atentado, mas deixou garantias de que tudo será feito para esclarecer o caso.
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O atentado contra Manuel Bissopo ocorre numa altura em que as Forças de Defesa e Segurança vinham efectuando movimentações fora do comum junto das sedes da Renamo em Maputo e na Beira, mas o governante diz tratar-se de medidas operativas normais das autoridades.
Por outro lado, Lourenço do Rosário, antigo mediador do diálogo político entre o Governo e a Renamo, receia que o caso Bissopo possa ser usado para agravar a tensão política em Moçambique.
A Renamo ainda não reagiu oficialmente ao atentado, tendo o seu porta-voz António Muchanga lamentado a informar do incidente e sobre o estado de saúde do secretário-geral.
Entretanto, a líder parlamentar do principal partido da oposição disse atribuir à Frelimo todos os atentados e ataques contra dirigentes e militares da Renamo.
Ivone Soares também acusou as Nações Unidas de "assobiarem para o lado" face à situação política em Moçambique, bem como as principais missões diplomáticas em Maputo, referindo os casos concretos de Portugal, Estados Unidos, Reino Unido e Itália como símbolos de "um estranho silêncio".
Por seu lado, a Frelimo, através de Mariano Matsinha, um dos quadro seniores do partido e membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, não tem dúvidas de que o atentado a Manuel Bissopo, de que resultou a morte do seu guarda-costas, foi protagonizado por elementos do seu próprio partido, mas sem apresentar provas.