Depois de vários meses de pressão, o Governo moçambicano cedeu ao lobby do Sindicato dos Transportadores Semi-colectivos de Passageiros e autorizou o agravamento da tarifa na região metropolitana da grande Maputo.
A medida já está a provocar protestos.
Depois de falhar na promessas de subsidiar os transportadores e, posteriormente, o subsídio ao passageiro, como forma de congelar o aumento da tarifa, o Conselho Municipal de Maputo viu-se sem saída e vergou perante a pressão.
“O Conselho Municipal deliberou que, a partir da próxima segunda-feira (27) a tarifa do transporte semicolectivo de passageiros vai aumentar em três Meticais” anunciou Alexangre Muianga, vereador municipal dos transportes.
O agravamento é saudado pelo patronato dos transportadores que diz, contudo, que o reajuste continua aquém das necessidades, face ao custo de operações.
“Vamos continuar a lutar por uma melhor tarifa. Conseguimos três meticais, contudo, ainda está longe de sustentabilizar as actividades, face ao custo de operações”, afirma Castigo Nhamane, presidente da Federação dos Transportadores de Maputo.
Utentes preocupados
Preocupados estão os utentes do chamado “Chapa 100”, que consideram que o agravamento é mais mais um furo no já apertado cinto do custo de vida.
“Infelizmente está decidido. A vida do pacato cidadão estará cada vez pior e não há onde reclamar, porque ninguém zela por nós os pobres”, desabafa Aida Malauene.
Entre os motoristas do “Chapa 100” há também quem está solidário com os passageiros, considerando que este não era o momento apropriado para aumentar a tarifa.
“Estamos numa fase em que muitos cidadãos estão afectados pelas cheias e há quem perdeu praticamente tudo. Há que ter em conta essa situação e esperar por uma outra altura”, disse Américo Cossa, motorista de transporte semi-colectivo.
Recorde-se que o Executivo anunciou ter recebido um apoio do Banco Mundial para subsidiar o transporte, desconhecendo-se o destino dado ao valor.