Os habitantes e políticos da oposição da província angolana de Malanje criticaram a acção do Governo provincial durante o ano de 2018, cujas insuficiências foram reconhecidas pelo próprio governador, Norberto Fernando dos Santos.
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Os problemas ligados ao fornecimento de energia eléctrica, água potável, e crianças fora do sistema de ensino, entre outros, de cariz social são as questões mais mencionadas como estando muito longe de serem resolvidos.
José Massano, morador do bairro Canâmbua, afirmou que são várias as promessas não cumpridas e obras inacabadas.
“O governador também prometeu luz e água nos bairros da Maxinde, Canâmbua e Quizanga e até aqui nunca se viu nada”, disse, acrescentando que “nesta fase estamos agora a combater o que está mal e melhorar o que está bem, mas até agora não estamos a ver qual é programa da governação do senhor Kwata Kanawa”.
“Nós queríamos até a destituição dele”, defendeu Massano.
O secretário provincial da UNITA, Mardanês Agostinho Calunga, afirmou que nos 16 anos de paz na cidade de Malanje foram construídas duas ruas, nomeadamente a circular que passa pelo bairro Carreira de Tiro e Ritondo.
“Malanje continua completamente esburacada”, lamentou.
“Se olharmos para as ruas da Canâmbua à esquadra policial da Canâmbua e a outro do Issenguel já lá vão dois ou três anos a mexerem ali, e acredito que vai aparecer novamente no orçamento de 2019”,acrescentou.
O político disse que em 2018 a província de Malanje continuou estagnada.
“Malanje não deu nenhum passo, Malanje continua na cauda do desenvolvimento, e nós perguntamos o que é que se passa? O que é que é que se passa com os governos que são instituídos na província de Malanje?”, interrogou-se.
Por seu lado, o secretário provincial do Partido de Renovação Social (PRS), Marinho Baião, disse que vai continuar a pressionar o Governo local a cumprir com as obrigações em 2019.
Ele acrescentou que as opiniões dos partidos da oposição não são aceites pelos membros do partido no poder na província.
“Nós sabemos que na nossa província de Malanje, os sábios são os dirigentes do MPLA, os demais mesmo que falem (não são ouvidos), mas continuaremos”, disse.
O governador de Malanje, Norberto Fernando dos Santos, reconheceu, na mensagem de fim de ano, que foi pressionado no exercício económico findo por cidadãos que o interrogaram sobre o défice na solução dos problemas básicos, através de cartas, mensagens, chamadas telefónicas e encontros pessoais.
“Queremos agradecer aqueles que com alguma razão, manifestaram certo descontentamento e impaciência na ânsia de ver resolvidos problemas como ainda deficitária distribuição de energia eléctrica nos bairros periféricos da capital provincial, a questão da água potável para todos, as crianças ainda fora do sistema escolar e a necessidade de mais moradias”, concluiu.