O Governo da Guiné-Bissau mantém o seu esforço em controlar a campanha de comercialização da castanha de caju, o produto de maior exportação do país.
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A situação não parece fácil, com reiteradas tentativas de exportar o produto via terrestre, por parte dos comerciantes e camponeses. Uma prática proibida pela lei vigente.
Estes são primeiros sinais do jogo de "esperteza" dos camponeses e comerciantes, de um lado, e as autoridades de fiscalização da Campanha de Comercialização da Castanha de caju, ligadas ao Ministério do Comércio, do outro.
Enquanto o Governo apresenta a necessidade de controlar as exportações, através das suas taxas aduaneiras, porquanto para a Guiné-Bissau o caju representa o produto exportável com o valor do mercado mais expressivo, auferindo assim ao Estado uma maior receita fiscal, os camponeses e exportadores interessam-se em obter mais lucros.
Assim, todos os anos, é a mesma canção.
Em apenas uma semana, depois da abertura oficial da campanha, já foram apreendidas mais de sete toneladas da castanha de caju. No ano passado, só para recordar, foram apreendidas mais de 700, que eram destinadas aos países vizinhos da Guiné-Bissau, sobretudo o Senegal, onde o preço de oferta é mais alto, em quase 100%. Pelo menos, foi o que nos disse Bubacar Mané, antigo delegado do Ministério do Comércio para a Região de Cacheu, a zona norte do país, com maior registo de fuga da castanha de caju para o Senegal.
Especialista em Comércio Internacional, Bubacar Mané revela que há uma grande cumplicidade nesta linha de fuga ao fisco, ao considerar que a atuação do Estado guineense sustenta-se pela legalidade jurídica.
A última apreensão da castanha de caju ocorreu justamente na zona norte do país, concretamente na povoação de Campada Maria, sector de São Domingos.
De referir ainda que para este ano o Governo fixou o preço base de comercialização da castanha de caju em 300 francos Cfa, equivalentes a menos de um dólar.