O auto-denominado Movimento Revolucionário de Benguela promete sair às ruas neste sábado, 22, para exigir que a justiça responsabilize a organização do espectáculo musical que culminou com vários mortos e feridos.
O Governo Provincial proibiu, em comunicado, a realização da marcha, mas os activistas dizem que a medida é irreversível.
“Sem fundamento legal” é como o auto-denominado Movimento Revolucionário classifica a proibição, confirmada já pelo governador em exercício, Gika de Morais.
António Pongoti, um dos promotores da manifestação, disse à VOA que considera que a LS Republicano, organizadora do espectáculo, deve ser responsabilizada
“Não podemos voltar atrás até porque a Constituição nos confere este direito. Esta manifestação de solidariedade para com as vítimas pretende mostrar que é preciso responsabilizar os organizadores’’, garante Pongoti.
Com o inquérito em curso, agora sob condução de oficiais da estrutura central do Ministério do Interior, a sociedade civil continua de olhos em todas as incidências.
O sociólogo Martinho Bangula, em entrevista ao portal de notícias Pérola das Acácias, olha para o dia seguinte ao acidente e critica a postura dos intervenientes.
“Esta gente vai fazer alguma travessia no deserto, uma vez que o povo de Benguela se sentiu ferido e, mais do que isto, destratado. Não sei se alguém, nomeadamente músicos, ligou ou esteve com os familiares das vítimas. É uma atitude egoísta, muito má, que pode originar retaliação, eventualmente na altura da venda de discos’’, vaticina aquele sociólogo.
Recorde—se que pelo menos 20 pessoas morreram asfixiadas e tantas outras ficaram feridas no final do espectáculo musical da cidade de Benguela, denominado Afro Music Channel, na madrugada de domingo, 16.
No início a polícia falou em oito corpos, mas fontes bem posicionadas, com ligações ao Ministério do Interior, revelam que o número de vítimas é superior.