Governo cede Linhas Aéreas de Moçambique a gestão internacional

Aviao da LAM Mocambique

A decisão foi tomada depois de estudos encomendados pelo Governo e visa estabilizar a compania de bandeira e permitir , em seis meses, uma decisão definitiva, que pode mesmo ser a sua privatização.



O Governo moçambica anunciou nesta quarta-feira, 5, a entrega da gestão das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), para uma gestão internacional vistando assegurar umm nova dinâmica e salvar a companhia de bandeira da actual situação de crise.

Depois de vários episódios de avarias constantes, incertezas recorrentes nos voos e uma tesouraria com dívidas na ordem de 300 milhões de dólares, o Executivo encomendou dois estudos separados que aconselharam a dar um novo rumo à companhia.

“Os dois estudos mostram que a marca LAM é valiosa e o mercado onde opera também tem muito potencial , contudo, era necessário intervencionar, de modo a dar uma nova dinâmica", explicou o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.

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De acordo com a decisão, a gestão estará a cargo de uma equipa mista, liderada por uma companhia internacional que, juntamente com alguns membros da actual equipa nacional, vai trabalhar para que, em seis meses, a empresa seja financeiramente estabilizada, permitindo, então, uma decisão definitiva, que pode mesmo ser a sua privatização.

“Neste momento o que precisamos é reestruturar, realinhar, cortar gorduras e estabilizar as contas, para permitir que haja depois, uma melhor decisão”, concluiu o ministro.

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De acordo com fontes próximas ao processo intervencionista, mas que ainda não foram confirmadas por entidades oficiais, o novo gestor será a Fly Modern Ark, uma empresa de capitais sul-africanos que vai entrar com novas aeronaves.

O sector privado nacional saúda a intervenção e espera que traga benefícios para a economia.

“Há muitas empresas públicas que são um cancro para o Estado e há muito nós vimos defendendo que deviam ser intervencionadas. Pela importância que a LAM tem, pensamos que é muito bem vinda a decisão e o que nós queremos ouvir daqui em diante, é que o custo do bilhete para uma passagem de turismo ou de negócios esteja mais acessível”, afirmou Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique.

A nova Administração deve assumir a empresa nos próximos dias.