O futuro primeiro-ministro de Cabo Verde Ulisses Correia e Silva anunciou um programa de emergência para retomar o crescimento económico do país, com vista a combater o desemprego.
Este deve ser o mote do próximo Governo, cuja plataforma eleitoral dedica mais páginas à economia do que qualquer outro sector.
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Quando faltam contabilizar apenas três por cento das mesas, todas na emigração, o MpD conseguiu 38 lugares no Parlamento, enquanto o PAICV, no poder desde 2001, obteve 27 cadeiras e a Ucid três deputados.
O desgaste de três mandatos e a estagnação económica, com forte impacto do desemprego, foram aspectos muito explorados pelo futuro primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva que no seu discurso de vitória anunciou a sua primeira medida: um programa de emergência para levantar a economia cabo-verdiana.
Janira Hopffer Almada, a líder de 37 anos que tentava o quarto mandato consecutivo do PAICV não resistiu ao desgaste de 15 anos no poder, nem às fortes críticas do seu adversário Ulisses Correia e Silva.
Para o jornalista cabo-verdiano Hermínio Silves, também as propostas de Hopffer Almada não convenceram.
“Além do facto de Ulisses Correia e Silva não ter anticorpos como muitos dirigentes do seu partido, e do desgaste do Governo, as propostas de Janira Hopffer Almada de criar empregos eram irrealizáveis, para mais quando ela tinha sido durante muito tempo a ministra responsável pela criação de emprego, sem grandes resultados”, explica Silves.
Antigo ministro das Finanças quando o MpD perdeu estrondosamente para o PAICV em 2001, Ulisses Correia e Silva chegou a esta eleição com a bandeira de ter transformado a capital do país, onde era presidente da Câmara Municipal desde 2008 e de ser um político pragmático.
Formado em Organização e Gestão de Empresas, Correia e Silva apostou toda a campanha na revitalização da economia e levantou a bandeira de que ele tinha a solução para Cabo Verde.
No seu discurso da vitória, o futuro primeiro-ministro disse que os compromissos de campanha são firmes.
“A minha primeira tarefa será pôr de pé um programa de emergência para podermos dar respostas concretas aos problemas que os cabo-verdianos sofrem neste momento e à expectativa que foi criada”, disse Correia e Silva.
Para o jornalista e analista Hermínio Silves Ferreira, o programa do novo Governo está todo “ele centrado na economia e é o grande desafio de Correia e Silva como mostra a sua plataforma eleitoral que era praticamente dedicado ao desenvolvimento económico”.
A instalação da nova Assembleia Nacional acontece em Abril e o Governo deve ser empossado logo a seguir.