Governo brasileiro nega ter incentivado invasão à Embaixada da Veenzuela em Brasília

Apoiantes do Governo e da oposição da Venezuela em confrontos em Brasília

O Governo brasileiro disse não ter tomado conhecimento nem incentivado a invasão da embaixada da Venezuela em Brasília no início da manhã desta quarta-feira.

A nota do Gabinete de Segurança Institucional acrescentou que as forças de segurança do estão a tomar providências para que "a situação se resolva pacificamente e retorne à normalidade".

Mais tarde, no Twitter o Presidente Jair Bolsonaro garanteiu que "diante dos eventos ocorridos na Embaixada da Venezuela, repudiamos a interferência de actores externos", sem se refirar a quem.

"Estamos tomando as medidas necessárias para resguardar a ordem pública e evitar actos de violência, em conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", acrecentou o Presidente.

De manhã, um grupo de apoiantes de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e autoproclamado Presidente daquele país, entrou na embaixada venezuelana na capital brasileira.

Minutos depois, a advogada María Teresa Belandria Expósito, indicada por Juan Guaidó como embaixadora e reconhecida pelo Presidente brasileiro, disse, em comunicado, que um grupo de funcionários da embaixada da Venezuela a contactou para entregar a embaixada.

Entetanto, Freddy Meregote, encarregado de negócios que foi nomeado pelo governo Maduro, afirma que o imóvel foi invadido.

A Polícia Militar (PM) foi chamada para reforçar a segurança do local.

A corporação informou que, por volta das 5 horas, pelo menos 14 pessoas haviam ultrapassado os portões e do lado de fora cerca de 30 manifestantes demonstravam apoio ao actual corpo diplomático, nomeado por Maduro.

Três horas mais tarde, o grupo pró-Maduro forçou a entrada da embaixada e apoiantes de Guaidó estacionaram um carro na frente do portão, do lado de dentro.

A PM separou a confusão com gás de pimenta e fechou os portões.

O Governo da Venezuela reagiu também ao que diz ter sido um "ataque cometido por grupos violentos".

No comunicado, Caracas critica o que classificou de "atitude passiva das autoridades policiais brasileiras, em desatenção de suas obrigações de protecção das sedes diplomáticas e seu pessoal".

A nota exige ao Governo brasileiro "o cumprimento das suas obrigações como Estado parte da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que estabelece a obrigação de proteger sedes diplomáticas em qualquer circunstância".