O Governo angolano deu por finda a parceria com a sociedade anónima russa, Alrosa, depois de vários meses de negociações, na sequência das sanções impostas pelos Estados Unidos e vários países ocidentais às empresas daquele país, após a invasão da Ucrânia.
Veja Também Alrosa recusa vender ações na mina de Catoca à sul-africana De BeersA decisão foi aprovada nesta quinta-feira, 28, pelo Conselho de Ministros, que, para substituir a empresa russa na Sociedade Mineira da Catoca, aprovou a entrada da Maden Investiment Group CC, subsidiária do Fundo Soberano do Sultanato de Omã, que se ocupará da prospeção, exploração e comercialização dos diamantes na província da Lunda Sul e no Catoca, na Lunda Norte.
Em declarações à imprensa, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, jutificou a decisão com o facto de Alrosa estar sobre sanções internacionais desde 2022.
Veja Também Angola e o dilema "político" de afastar a empresa russa Alrosa da Sociedade Mineira da CatocaA decisão foi anunciada dias antes da visita do Presidente dos Estados Unidos a Angola, na próxima semana.
Negociações demoradas
As negociações entre as autoridades angolanos e russas começaram há mais de um ano mas, entre várias propostas, Moscovo vetou em outubro a alienação da parte da Alrosa à companhia sul-africana De Beers, que controla uma percentagem de mercado dos diamantes em bruto igual à Alrosa.
Na altura, esta posição foi manifestada pelo vice-ministro das Finanças russo Alexei Moiseyev.
Veja Também Rússia diz haver “questão problemática” com Angola devido aos diamantes de CatocaAté agora, Alrosa detém 41% da Sociedade Mineira de Catoca que fundou juntamente com a companhia angolana Endiama.
Catoca é a quarta maior mina de diamantes em volume de produção com cerca de seis milhões e meio de quilates de diamantes em bruto por ano e reservas estimadas em 120 milhões de quilates.
Estima se que a Alrosa recebeu de dividendos entre 1995 e 2018 cerca de 464 milhões de dólares anualmente.