Governo angolano quer 500 milhões de dólares de companhia de marido de Isabel dos Santos

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Isabel dos Santos

Processo em tribunal na Holanda revela como companhia do marido da empresária adquiriu acções na Galp portuguesa à custa da Sonangol

O Governo de Angola pediu a um tribunal na Holanda para devolver cerca de 500 milhões de dólares de participações na empresa petrolífera portuguesa Galp ligadas à empresária Isabel dos Santos, disse a agência Reuters .

Essas participações foram adquiridas através da companhia Exem e, segundo o processo em tribunal, através de desvio de fundos e lavagem de dinheiro.

“Foi tudo resultado da corrupção ...e a Exem deve-nos as acções, a participação indirecta na Galp porque foi roubo. É ilegal e portanto têm que o devolver”, disse o advogado do Governo angolano, Emmanuel Gaillard, da companhia de advogados Shearman & Sterling.

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O processo descreve uma rede de empresas criadas segundo as autoridades angolanas para enriquecer a família do antigo Presidente José Eduardo dos Santos.

Quando ele ainda era presidente, a Sonangol vendeu 40 por cento da companhia Esperaza à Exem, que pertencia ao falecido marido da filha, Sindika Dokolo.

A Exem, alegadamente, quis posteriormente pagar essa dívida em kwanzas e não em euros.

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A Esperaza, na qual a Sonangol manteve 60 por cento de controlo, fez por outro lado uma parceria com uma companhia da família Amorim, a Amorim Energia, que é quem possui a maior parte das acções na Galp com 33 por cento.

O valor da participação indirecta da Exem na Galp varia de acordo com os preços do petróleo, mas está avaliada actualmente em 500 milhões de dólares.

Em Setembro do ano passado, um tribunal arbitral removeu o representante da Exem da direcção da Esperaza e colocou a sua participação sob controlo de um administrador, o advogado Camilo Schutte, que disse não estar envolvido no litígio pelo que todas as perguntas deveriam ser feitas à Sonangol e à Exem.

A Exem e os seus advogados não responderam a pedidos de comentário feitos pela Reuters.

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No passado, Isabel dos Santos, que foi presidente do Conselho de Administração da Sonangol entre 2016 e 2017, negou qualquer envolvimento na Exem que era propriedade do marido.

Em Setembro de 2020, foi noticiado que o presidente da Sonangol tinha rejeitado uma proposta da Exem para pagar em kwanzas a dívida de cerca de 75 milhões de euros à Sonangol para compra de acções da Esperaza na Galp .

A Procuradoria da Holanda tinha iniciado nesse mês uma investigação às actividades da Exem.