Governo angolano promete "mão dura" contra empresas que não respeitam prazos do PIIM

  • Norberto Sateco

Edifício das direções provinciais no Huambo, Angola

O Governo angolano anunciou que tomará medidas legais contra empresas de construção civil que têm atrasado a execução das obras do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) devido ao não cumprimento dos prazos contratuais.

Empresários respondem que tal situação deve-se aos atrasos do próprio Executivo em adjudicar as obras.

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Governo angolano promete "mão dura" contra empresas que não cumpram obras do PIIM

Em declarações recentes à imprensa, a ministra das Finanças revelou que centenas de empresas encontram-se nessa situação e que serão proibidas de participar em futuros concursos públicos.

Vera Daves avisou que não poupará as empresas que não cumpriram com seus compromissos e promete responsabilizá-las criminalmente

O Serviço Nacional de Contratação Pública está a realizar inquérito a centenas de empresas que receberam obras do PIIM e que, apesar de terem os pagamentos recebidos, algumas na totalidade, têm as empreitadas em 30% de execução física.

Enquanto isso, o "pente fino" já começou no Huambo com o novo governador Pereira Alfredo a inspecionar as obras nos 11 municípios da província.

Embora a execução das obras do PIIM esteja em torno de 75%, há relatos de paralisações em vários projetos, sem justificativas aparentes por parte das construtoras.

"Decorre um processo para analisar caso a caso para depois tomarem-se medidas que se acharem pertinentes", revelouAlfredo.

Mais de 30 empresas estão sob escrutínio

Alguns empresários contratados no âmbito do PIIM sacodem a água do capote e alegam que o atraso do pagamento do Governo e as suas consequências se refletem em toda cadeia.

"O Estado é o maior cliente dos empresários, mas só tem um problema, às vezes atrasa com o pagamento das ordens de saques e isto não permite avançar com as obras", afirma o empresário do setor da construção, Francisco Lubamba.

O também empresário Lutuima Garcia sugere diálogo entre as partes para solucionar esse problema.

"O empresário não concluiu porque também o Estado tem dívidas. Portanto, isso depende, não são todos que recebem e não cumprem", atira

Com 305 projetos do PIIM no Huambo, 16 estão suspensos e 289 aprovados, sendo que 280 foram encaminhados para contratação pública e 197 já concluídos, com 32 em curso e 50 paralisados.

O valor total do PIIM na província do Huambo é de 51 mil milhões de kwanzas, tendo sido executados até agora 40 mil milhões de kwanzas.