Governo angolano inicia programa de ajuda financeira aos mais pobres

Kwanzas angolanos

O Executivo angolano aprovou a entrega regular de 8.500 kwanzas (cerca de 15 dólares americanos) a famílias pobres em cinco municípios do país.

Esta distribuição vai acontecer ao abrigo do Programa de Fortalecimento da Proteção Social–transferências Sociais Monetárias, denominado “Kwenda”, aprovado por decreto presidencial publicado a 4 de maio, que visa a implementação de um sistema de proteção social temporário, amplo, às famílias em situação de vulnerabilidade.

O programa, com duração de três anos, deve abranger, em todo o país, 1.608.000 famílias consideradas pobres, de acordo com critérios internacionais.

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O sociólogo Aniceto Cunho enaltece a iniciativa e diz que só com a prática vai-se encontrar o melhor caminho para fazer chegar o montante às respectivas famílias.

“Infelizmente estamos todos a aprender e acredito que o mecanismo encontrado atualmente só se poderá saber se é viável ou não quando começar a entregar o referido valor”, diz Cunho.

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Entretanto, o padre Jacinto Pio Wacussanga, da Associação Construindo Comunidades (ACC), entende que é necessário que se apoioem as pequenas atividades de cultivo para que os cidadãos não vivam na total dependência financeira do Estado.

“É importante ajudar as comunidades com aquilo que eles sabem fazer, em programas de agricultura e agropecuária para não se viver como mendigos”, acrescenta.

Aquele líder religioso e ativista social afirma que o valor a ser dado, no entanto, não é suficiente para manter as famílias angolanas.

“Este dinheiro não chega para nada, quando um saco de arroz custa cerca de 13 mil kwanzas e as famílias em Angola são constituídas por 8 a 20 membros”, sublinha.

Entretanto, o secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República, Lopes Paulo, diz que projecto começa em cinco municípios do país, nomeadamente Nzeto (Zaire), Cambundi Catembo (Malanje), Cacula (Huíla), Cuito Cuanavale (Cuando Cubango) e Ombadja (Cunene).

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