O Ministério angolano da Saúde (MINSA) decretou 14 dias de “quarentena obrigatória” a todos os cidadãos tenham estado na República Popular da China ou em contato com doentes afetados pelo novo coronavírus.
Num comunicado, o Ministério enquadra a medida no alerta de emergência lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo em conta a epidemia em curso e “a altíssima prevalência de casos com mortalidade associada”.
Entretanto, numa declaração à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, revelou que num Hospital de referência da Barra do Kwanza “encontram-se 40 cidadãos que chegaram nos voos há alguns dias".
Veja Também Batalha contra o coronavirus: Em Malanje autoridades identificam chineses acabados de chegarManuel Augusto assegurou que o Governo "está a cumprir as normas internacionais" e a criar condições para preservar a saúde pública, admitindo que "as medidas não são simpáticas" e "podem perturbar a atividade económica”, porque há “parceiros e trabalhadores que podem estar abrangidos por essa necessidade da quarentena".
Como medida preventiva, as autoridades sanitárias determinaram que, enquanto decorre a quarentena, os cidadãos abrangidos pela medida não poderão receber visitas ao mesmo tempo que “é vedado o acesso público às áreas de quarentena”.
Veja Também Autoridades cabo-verdianas acompanham "de perto" 20 pessoas provenientes da ChinaO Governo lembra aos cidadãos a necessidade da adoção de medidas preventivas individuais e coletivas e a notificação às autoridades sanitárias de todos os casos suspeitos.
Quanto aos cidadãos nacionais que se encontram na China,o Governo garante que tem mantido contato com as autoridades daquele país, com vista a prestar todo o apoio à comunidade angolana residente.
Entretanto, a UNITA, que já tinha sugerido ao Governo o repatriamento dos cidadãos angolanos que estão na China e a redução dos voos para o país asiático ao “estritamente necessário”, considera que todo o esforço visando a salvaguarda da vida dos angolanos, “vale a pena”.
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O médico e deputado do principal partido da oposição, Maurílio Luyele diz ser “lamentável” a tomada tardia destas medidas.
“Com as fragilidades que se conhecem no nosso país, se o vírus penetrar no nosso país será uma catástrofe”, alertou o também especialista em saúde pública.
Veja Também "Retirem os nossos estudantes de Wuhan", pede estudante são-tomense na ChinaUma fonte do Ministério da Saúde deu a conhecer à VOA que nas próximas horas serão anunciadas as medidas internas que visam o reforço das medidas de biossegurança e de apoio técnico aos quadros que irão lidar com eventuais casos.
O número de mortes devido coronavírus atingiu os 565 nesta quinta-feria, 6 de fevereiro.
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