O Governo angolano admite um crescimento económico abaixo das suas previsões para 2023, mas acima das estimativas apresentadas recentemente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que apontam para uma redução de 3,5% para 0,9 por cento, associada à queda da produção petrolífera.
O ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, avançou, na semana passada, em Benguela, que o crescimento deverá ficar entre 1 e 2 por cento, lembrando que a maior parte das economias mundiais vai crescer bem menos.
Um semana depois da divulgação das estimativas do FMI, em Washington, João fez saber que o Executivo está atento aos fenómenos, mas não revelou medidas para contrapor a tendência.
“Sim, nós estamos a trabalhar, o FMI está a prever a queda em quase todas as economias , e Angola não estará à parte. É claro que estamos a prever um crescimento que esteja entre 1 e 2 por cento, portanto, cerca de um ponto percentual abaixo das nossas previsões. Mas é o que está a acontecer um pouco por todo o mundo”, justifica aquele governante
Sobre o investimento externo no primeiro trimestre deste ano, tido como inexistente pelo Centro de Investigação da Universidade Lusíada, que fala em mau ambiente de negócios, Mário Caetano João não reagiu.
À Voz da América, o economista e investigador Alves da Rocha disse que os modelos determinam as previsões económicas das distintas instituições, mas sublinha que a certeza é a de que os problemas continuam visíveis.
“Eu não conheço o modelo do FMI e do Banco Mundial. Dependem [as previsões] também dos pressupostos, mas que existem problemas que podem impactar negativamente as condições de crescimento da nossa economia … isso é verdade, o FMI tem lá escrito as razões para alterar a taxa de crescimento para 0,9 por cento este ano”, comenta Alves da Rocha.
Nestas estimativas, o FMI salienta, no entanto, que Angola tem capacidade para pagar os empréstimos contraídos.
Governo angolano baixa fasquia do crescimento económico mas acima das previsões do FMI
Mário Caetano João, ministro da Economia e Desenvolvimento de Angola, Washington, 15 Abril 2023
Ministro da Economia e Desenvolvimento afirma que “estamos a trabalhar para contornar a tendência negativa”.
Benguela —