Governo angolano aposta na industrializacão, mas empresários apontam vários desafios

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Fabrica de cimento, Kwanza Sul

Goveno pôs à disposição do empresariado uma linha de financiamento de 300 mil milhões de kwanzas

A industrialização de Angola confronta-se com alguns desafios agora mais do que nunca, influenciados com o contexto atual da economia mundial, na visão de empresários, ao passo que o Governo garante estar em curso programas para dinamizar e alavancar o setor.

O país dispõe de importantes polos industriais que já tiveram peso na cadeia de produção nacional desde os ramos alimentares, bebidas, passando pelos têxteis, celulose, vidro e aço, que tentam reaparecer em contexto difícil nas províncias de Luanda, Benguela, Cuanza-Norte, Malange, Huíla e Huambo.

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Governo angolano aposta na industrializacão, mas empresários apontam vários desafios

Num relatório do primeiro semestre de 2024 do Ministério do Planeamento sobre os indicadores de desempenho do programa de fomento da indústria transformadora em Angola, consultado pela Voz da América aponta avanços na rede de parques industriais com a operacionalização de 13 novos projetos de investimento em diferentes setores de atividade.

Na Huíla, o presidente da direção da Associação Agropecuária, Comercial e Industrial, Paulo Gaspar, vê na escassez de divisas um obstáculo na indústria que precisa de matéria-prima.

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Ministro angolano garante que a industrialização está a acontecer ao longo do CL

“Com a escassez de divisas temos maior dificuldade em importar desde os equipamentos e depois as matérias-primas. Outra grande dificuldade é que nós não temos capacidade de produção suficiente de matérias-primas no mesmo ramo agrícola e no ramo pecuário para abastecermos a nossa indústria”, aponta Gaspar.

João Evaristo, empresário do ramo da indústria de extração e transformação de rochas ornamentais, diz que a instabilidade do mercado coloca desafios à manutenção do setor.

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“Os consumíveis são exportados porque não temos aqui indústrias que são capazes de transformar esses produtos e com essa desvalorização da moeda e com alguma dificuldade dos cambiais temos tido grande dificuldade de manter as nossas empresas em funcionamento”, afirma Evaristo.

Ana Maria Marques beneficiou-se há 10 anos de um financiamento de cerca de 400 milhões de kwanzas (433 mil dólares) do Fundo de Garantia de Crédito para instalar uma fábrica de plásticos na mais recente zona industrial da Huíla e começa agora a colher frutos.

“Isto significa dizer que houve desenvolvimento, houve progresso. Começamos com dois turnos que era por volta de 25 trabalhadores e agora já estamos com três turnos por volta de setenta e tal trabalhadores”, revela Marques.

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No seu Plano de Desenvolvimento Nacional (PND), 2022/2027 o Governo definiu, entre outras medidas para o setor, políticas para finalizar as infraestruturas dos diferentes polos industriais do país com realce para o de Viana em Luanda o maior, Catumbela em Benguela, Futila em Cabinda, Lucala no Cuanza Norte, Negage no Uíge e o de Malanje.

A melhoria do ambiente de negócios, que passa também pela facilitação do acesso ao crédito e às divisas que permitam a importação de matéria-prima , é uma preocupação do executivo, admitiu recentemente o ministro do comércio e indústria, Rui Minguês.

“Nós temos instrumentos, temos condições que o Governo colocou de um à disposição da economia de um modo geral, vamos discutir a nível do Governo e encontrar formas que permitam que este acesso seja efetivamente garantido que ele possa endossar as preocupações que a indústria nos colocou”, disse o governante.

Para reanimar a indústria de modo geral e a têxtil em particular, o Estado pôs à disposição do empresariado uma linha de financiamento de 300 mil milhões de kwanzas (330 milhões de dólares).