O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, anunciou nesta terça-feira, 5, que o Governo vai encerrar o programa "Dreamers" (Sonhadores, em tradução livre), que protege da deportação imigrantes que chegaram aos Estados Unidos ilegalmente ainda crianças.
"Estou aqui hoje para anunciar que o programa conhecido como DACA, que foi firmado sob a administração de Barack Obama, está a ser rescindido" anunciou Sessions, em conferência de imprensa.
O procurador-geral, que funciona como ministro da Justiça, adiantou que nenhum beneficiário do programa vai ser afectado antes de 5 de Março de 2018, o que dá ao Congresso um prazo de seis meses para tentar preservar as garantias do programa.
"Como temos um sistema legal de imigração que atende ao interesse nacional, não podemos admitir todos os que gostariam de vir pra cá. É simples assim. Essa seria uma política de fronteira aberta e o povo americano já rejeitou isso", justificou Sessions.
Antes, no início da manhã, o Presidente Donald Trump antecipou através do Twitter que mudanças sobre o DACA seriam anunciadas hoje, afirmando sentir-se dividido sobre a decisão que seria tomada.
Entretanto, numa primeira reacção, o líder dos republicanos, que funciona como presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, afirmou estar “esperançado de que o Congresso encontrará uma forma de manter esses jovens” no país.
O programa foi aprovado por Obama em 2012, como uma solução de emergência emvirtude de o Congresso, dominado pelos republicanos, não ter aprovado uma reforma imigratória.
De acordo com as organizações Centro para o Progresso Americano e FWD, cerca de 1.400 pessoas vão perder, diariamente, autorização legal para trabalhar nos Estados Unidos, depois de as autoridades migratórias pararem de processar novas solicitações.
Cerca de 300 mil pessoas podem cair na ilegalidade em 2018, caso o Congresso não actue para preservar as garantias do programa e mais de 320 mil pessoas podem tornar-se ilegais entre Janeiro e Agosto de 2019.