Em resposta a reclamações de utentes, o governador de Benguela denuncia desvios de medicamentos que deixam os hospitais públicos sem soluções.
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Isaac dos Anjos refere-se a fármacos adquiridos com fundos públicos libertados no quadro de um programa de descentralização de serviços.
Já não constitui novidade que a falta de medicamentos está entre as principais reclamações de cidadãos que acorrem aos hospitais públicos.
“Não tenho os valores para a medicação, sinto todo o corpo a doer e ainda dores de bexiga. Não tenho dinheiro, vou há seis meses à procura dos valores para tratar da minha doença’’, reclama uma paciente do Hospital Geral.
São queixas como estas que levaram o governador de Benguela a alertar para desvios de fármacos adquiridos para as unidades sanitárias.
“Este problema da falta de medicamentos não é bem assim. Acontece que os medicamentos comprados pelo Governo vão parar às praças, são desviados dos hospitais. As coisas não podem continuar assim’’, garantiu o governante.
Em causa estão fundos libertados pela estrutura central no quadro da municipalização dos serviços de saúde, que preveem autonomia para as Direcções Provinciais de Saúde.
Em tempo de aperto, o ministro das Finanças, Archer Mangueiras, que esteve a visitar a província de Benguela, lembrou aos gestores públicos que é preciso poupar.
“São objectivos colectivos do país. Temos de ser mais eficientes na gestão da coisa pública, fazer mais com os parcos recursos disponíveis’’, alerta o ministro.
Perante o silêncio de gestores hospitalares, vários juristasconsideram que a denúncia, tendo sido feita pelo líder do Governo Provincial, impõe uma intervenção do Ministério Público, o fiscal da legalidade.