Gestão do apoio militar contra terrorismo em Cabo Delgado requer prudência, sugerem analistas

Estrada que liga Palma a Mocímboa da Praia, Cabo Delgado. Moçambique. 24 de Março

No terreno, estão já tropas ruandesas e são esperadas as da SADC

A presença de forças miitares estrangeiras em Moçambique para ajudar no combate ao terrorismo em Cabo Delgado coloca grandes desafios ao Governo moçambicano, porque se trata de uma matéria delicada, que mal gerida pode frustrar as expectativas dos cidadãos, afirmam various analistas.

No terreno, estão já tropas do Ruanda, e há indicações do início nesta quinta-feira, 15, do período de três meses da missão da SADC.

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O ministro moçambicano da Defesa, Jaime Neto, reiterou recentemente que tudo está a postos para a recepção, a partir desta quinta-feira, da força da SADC, e que oficiais deste bloco regional já se encontram em Moçambique.

Em diversos círculos de opinião tem sido sublinhado o facto de que a vinda de forças internacionais é uma indicação de que Moçambique tem parceiros para cooperar em tempos de crise como a que se vive em Cabo Delgado.

"Isso é positivo, mas esta quesstão tem que ser gerida com muita prudência, porque o que se passa em Cabo Delgado é uma espécie de guerrilha e nem sempre se sabe onde é que estão os terroristas", adverte o jornalista Moisés Mabunda.

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Para Mabunda, "esta questão aconselha a termos muita prudência, sob o risco de criarmos muita expectativa que depois não se possam materializar, e para além disso, é preciso avaliar até que ponto as forças militares no terreno estão articuladas".

O especialista de relações internacionais Paulo Uache diz, por seu turno, que o grande desafio vai ser o de coordenar as diferentes forças no terreno, "e às vezes com interesses que possam colidir".

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Quanto à presença de tropas ruandesas, questionada por alguns, Gil Laurenciano, jornalista e especialista em relações internacionais, diz que poderão ser úteis para evitar a fuga de informação, particularmente na protecção da Total.

Mas, para o analista Fernando Lima, "Moçambique terá um papel importante nessa força e nessa articulação".

Acompanhe a análise:

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