O Gabinete do primeiro-ministro da Guiné-Bissau informou que “por instruções superior” foi aberta uma investigação ao "avião suspeito" que se encontra retido no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, desde o passado dia 29 de Outubro.
No comunicado, assinado pelo seu director do Gabinete,José Paulo Semedo, e divulgado nesta segunda-feira, 15, Nuno Gomes Nabian acrescenta que a “investigação será efectuada por uma entidade externa que será responsável para analisar todas as circunstâncias suspeitas, envolvendo a aeronave”.
“Essa entidade colocará a disposição do Governo da Guiné-Bissau tecnologia especializada e capacidades para conduzir uma investigação independente, isenta e exaustiva, e identificará as acçõese intervenções a implementar para proteger, no imediato e futuramente, os interesses do país e do seu povo”, refere a nota divulgada após o regresso de Nuno Gomes Nabiam do exterior na sexta-feira, 12.
De acordo com a mesma nota, “como parte dos esforços em curso, o gabinete do primeiro-ministro solicitou à comunidade internacional apoio na prossecução desse objectivo, através da disponibilização de assistência e suporte”.
PR disse saber do avião
Esta inormação é revelada dois dias depois de o Presidente da República ter dito saber do avião preso no aeroporto à ordem do Governo e que os proprietários do aparelho não são “bandidos”.
No regresso ao exterior, no sábado, 13, Umaro Sissoco Embaló afirmou que a empresa proprietária do avião foi recomendada pelo Presidente da Mauritânia, Mohamed Ould Ghazouani, para aceitar a empresa proprietária do aparelho na Guiné-Bissau, pois tem pretensões de instalar-se no país para a manutenção e reparação dos aviões.
“Ele me disse que é uma grande oportunidade para a Guiné-Bissau acolher uma empresa de manutenção de aviões, já que a Gâmbia vai as eleições no dia 4, enquanto que a Guiné Conacri está com problemas de estabilidade”, afirmou Embaló na ocasião.
Refira-se que o Governo criou uma comissão para investigar o avião, origem, missão e tripulação, que devia ter entregue um relatório no dia 12, mas até agora ainda não o fez.
A nível do Parlamento, a Comissão Especializada para área da Defesa e Segurança também investiga o avião e o seu presidente, José Carlos Macedo Monteiro, denunciou ter sido alvo de ameaças de morte depois de revelar que o director do Gabinete do Presidente da República foi apontado como tendo estado no aeroporto para saber informações do aparelho.