Os ministros das Finanças dos países do G20 tentam neste Sábado, 18 Março, impedir que os Estados Unidos provoquem o retrocesso da doutrina mundial sobre livre comércio e luta contra as mudanças climáticas.
A declaração final dos ministros das maiores economias do mundo e das grandes nações emergentes será divulgada na tarde deste Sábado, ao término desta primeira reunião de importância para a nova administração de Donald Trump.
Há dois temas sensíveis: a doutrina de livre comércio do G20, quando Trump não é nada hostil ao protecionismo - palavra detestada no G20 - e a luta contra as mudanças climáticas, com um Presidente americano que multiplicou posições próximas aos cépticos sobre o papel do homem no aquecimento global.
Cada palavra deste comunicado é negociada e analisada, e na tarde deste Sábado qualquer modificação no vocabulário liberal e pró-comércio do G20 será considerada como produto de um "efeito Donald Trump".
"O procjeto de comunicado está terminado, salvo a frase sobre o comércio (...), na qual se vê que há sobre o tema do respeito às regras no comércio internacional uma divergência entre os Estados Unidos e os demais países defensores do multilateralismo", disse à AFP uma fonte próxima às negociações.
Discórdia
Nos demais temas recorrentes no G20, há consenso, como a luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, assim como a luta contra a optimização fiscal, segundo várias fontes.
Uma fonte europeia admitiu que a delegação americana tem "vontade de negociar" e de não dar as costas ao G20. Os debates não são hostis, mas moderados, de acordo com várias fontes.
Outro ponto de discórdia é a luta contra as mudanças climáticas, tema mencionado no ano passado quando a China era presidente do G20.
Os Estados Unidos não querem que existam referências ao acordo de Paris de 2015. Na Quinta-feira, a administração Trump apresentou um projecto de orçamento federal no qual são reduzidos os fundos dedicados à luta contra as mudanças climáticas.
Em Baden Baden, "não haverá nada no comunicado. Isso reflecte as divergências. Os Estados Unidos dizem sobre este tema que a posição ainda não foi decidida em Washington, e que precisa de tempo", resumiu a fonte.