Lúcio Lara, que morreu aos 86 anos, foi uma das principais figuras da guerra pela Independência de Angola contra Portugal e um dos principais membros do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), que tomou o poder em 1975.
Ele permaneceu também como figura proeminente durante o período de guerra não declarada em toda a região travada pela África do Sul nas décadas de 1970 e 1980 que se seguiu, quando grande parte do sul de Angola foi ocupada.
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Ao lado de seu colega Agostinho Neto, que se tornou o primeiro Presidente de Angola, Amílcar Cabral, da Guiné-Bissau, Julius Nyerere,Tanzânia, Samora Machel, Moçambique, e Oliver Tambo e Nélson Mandela, África do Sul, Lara desempenhou um papel vital nos movimentos de libertação da África Austral, segundo historiadores.
Após o assassinato de Cabral em 1973, Lara e Neto encarna o idealismo e o tom moral da luta que os falantes dortuguês 'colónias africanas. Mesmo quando ele foi expulso do poder político no final dos anos 80, Lara permaneceu uma referência de honra para muitos.
Este combatente que foi hoje a enterrar é visto por muitos como um homem humilde e sem ganâncias, como diz o jornalista e historiador, Augusto Pedro Makuta Nkondo.
“Lucio Lara, foi independentisata e foi muito bom”, disse, lembrando que "levou a vida honestamente".
Makuta Nkondo diz no entanto que, além do lado humilde de Lucio Lara, o político é um dos membros mais incisivos que o MPLA teve: “O caso de 27 de Maio foi desenhado por Lara, ele é um dos mais duros do MPLA”.
O deputado do MPLA Joao Pinto considera Lúcio Lara um pai para os angolanos e lembra que foi ele quem deu a posse a Agostinho Neto como primeiro Presidente.
“Se Neto proclamou a independência, nao podemos esquecer que foi Lara quem o empossou”, disse.
Tchiweka, de seu nome de guerra, nasceu a 9 de Abril de 1929, no Huambo, e foi um dos membros fundadores do MPLA, tendo-se iniciado nas movimentações políticas em 1950.
Casado com Ruth Lara, deixou quatro filhos, sendo um adoptado.