Fundo Soberano de Angola corta laços com Quantum Global

FSDEA diz que empresa não está alinhada com seus objectivos

Empresa de Jean-Claude Bastos de Morais, sócio de José Filomeno dos Santos, tem cerca de 300 milhões de dólares bloquados nas ilhas Maurícias

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) admitiu ter grandes preocupações sobre a forma como a Quantum Global investia os seus recursos e diz que a empresa não está totalmente alinhada com os princípios segundo os quais foi criado o fundo ou com princípios de transparência.

"Estas preocupações do FSDEA são ainda reforçadas por revelações sobre a Quantum, no âmbito das investigações conhecidas como 'Paradise Papers', e pelas acusações criminais das autoridades da Suíça contra o senhor Jean-Claude Bastos, fundador da Quantum", diz o Fundo num comunicado enviado às redacções nesta sexta-feira, 27.

Neste sentido, o FSDEA anuncia a sua intenção de cortar os vínculos com a empresa do suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais.

Tribunal das Maurícias congela mais 33 contas de empresário suíço-angolano


“O FSDEA está a tomar as medidas adequadas para remover a Quantum da condição de gestora dos seus activos", reitera a nota, que ainda sublinha que o Fundo Soberano tem por objectivo investir as receitas petrolíferas "no futuro do povo angolano".

O FSDEA tem activos avaliados em mais de 5.000 milhões de dólares.

Governo angolano quer recuperar dinheiro transferido para as Maurícias


Jean-Claude Bastos é apontado como sócio de empresas de José Filomeno dos Santos, antigo presidente do Fundo Soberano e, recentemente, a sua empresa Quantum Global viu bloqueadas 55 contas, num total de quase 300 milhões de dólares nas ilhas Maurícias.

Jean-Claude Bastos de Morais demarca-se do caso 500 milhões de dólares