O Fundo Soberano de Angola está a receber críticas pela forma como implementa uma academia de gestão hoteleira na província de Benguela, na qual investe 48.026 milhões de dólares, com o Ministério da Hotelaria e Turismo alheio aos factos.
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O economista e consultor Filomeno Vieira Lopes, antigo funcionário da Sonangol, empresa que alimenta a instituição dirigida pelo filho do Presidente da República, fala em exemplo de falta de transparência.
Há três anos, no lançamento do projecto, o presidente do Conselho de Administração, José Filomeno dos Santos, optou por não avançar os valores que agora revela, em resposta a um artigo intitulado ‘‘Como se Rouba Feio no Fundo Soberano’’, do jornalista Rafael Marques.
O montante, patente numa nota de imprensa distribuída em Luanda, está a custear a construção de infra-estruturas de apoio ao curso, com realce para dormitórios, mas a formação, sabe a VOA, decorre há já um ano.
Vinte e oito jovens de diferentes pontos do país, beneficiários de bolsas de estudo com critérios que não são tornados públicos, aprendem programas ligados à hospitalidade.
Os professores, na sua maioria estrangeiros, estão a formar futuros técnicos superiores, apontados para investimentos em hotéis feitos pelo Fundo Soberano até fora de Angola, quando Benguela e outras províncias continuam à espera de formação básica.
Contactado pela VOA, o director do Instituto de Fomento do Turismo (INFOTUR), Eugénio Clemente, adiou o pronunciamento para os próximos tempos.
"Sobre este assunto, vocês, nos próximos tempos, vão ter mais informações. Agora, no quadro das prioridades, vamos dar sequência à formação itinerante’’, realça Clemente, satisfeito, ainda assim, com o que ‘’acompanha’’ em relação à academia em causa.
Por esta razão, o economista e consultor Filomeno Vieira Lopes ressalta o que chama de falta de transparência.
"Isto não é bom, assim não há transparência. Se houvesse intervenção do Ministério da Hotelaria e Turismo, o país sairia a ganhar, beneficiaria de valências e de valor acrescentado. A formação pode ficar muito mais cara, sobretudo porque, julgo, envolve muitos estrangeiros’’, salienta.
Conforme noticiou o semanário Expansão, o presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano acha que o investimento é recuperável, mas Vieira Lopes prefere ver para crer, embora ciente de que investir na hotelaria e turismo não é a melhor opção.