O apoio de Graça Machel, viúva do primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel, e do antigo Chefe de Estado Armando Guebuza ao candidato presidencial da Frelimo, partido no poder, significa que Daniel Chapo está a criar algum consenso entre as alas Chissano, Guebuza e Machel que não estavam de acordo durante a governacão de Filipe Nyusi.
Esta é a leitura de alguns analistas políticos que avançam que para Armando Guebuza até pode ser uma forma de se vingar da alegada humilhação que a família dele sofreu durante o julgamento do caso” Dividas ocultas”.
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O sociólogo João Feijó destaca que o apoio dos históricos da Frelimo também se deve ao facto deles saberem que o protagonismo que têm no debate político moçambicano deriva da circunstância de o partido estar a governar o país.
Aquela analista político avança que, ‘’não obstante existirem rivalidades e lutas internas dentro da Frelimo, nós assistimos que quando chega a altura das eleições o partido fica sempre unido; agora, Daniel Chapo parece estar a criar algum consenso entre as alas Chissano, Guebuza e Machel que não estavam de acordo durante a governacaao de Filipe Nyusi’’.
Veja Também Graça Machel apoia Daniel Chapo e aponta combate à corrupção como prioridadePara Feijó, uma coisa que vai ser interessante acompanhar nestas eleições em Moçambique depois deste cenário todo criado à volta do candidato da Frelimo, será a luta pelo segundo lugar, ‘’para ser o líder da oposição, porque a Frelimo, com toda a sua máquina, já tem tudo controlado, dado que todo o sistema está tão partidarizado que consegue influenciar o Conselho Constitucional para aprovar ou não aquele partido que for mais incómodo’’.
Por seu lado, o também analista político Ivan Mousse considera curioso o apoio da Graça Machel a Daniel Chapo, tendo em conta as duras criticas que tem feito aos sucessivos governos da Frelimo nos últimos anos, ‘’fazendo discursos contundentes que denunciam algum tipo de captura da Frelimo por um grupo de indivíduos sem ética, sem integridade, e desta vez ela aparece a apoiar Daniel Chapo que defende os seus princípios de luta pelo bem-estar das pessoas e anticorrupção’’.
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Quanto ao “regresso” de Armando Guebuza, Mausse anota que, num contexto em que Daniel Chapo aparentemente não tem qualquer mácula, o ex-Presidente entende que juntando-se a ele pode ser um mecanismo de resgatar a sua imagem que foi beliscada pelo processo das dividas, mas também uma forma de assegurar que algumas cabeças do Governo de Filipe Nyusi sejam responsabilizadas e passem pela mesma humilhação que ele passou’’.