Em Moçambiue, alguns analistas consideram que tendo em conta a forma como foi tratado o recurso que a Renamo interpôs ao Conselho Constitucional, relativo à rejeição da candidatura de Venâncio Mondlane à gestão do Município de Maputo, não é de excluir a hipótese de uma estratégia da Frelimo para eliminar os seus adversários já nas próximas eleições autárquicas.
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O economista e analista Constantino Marrengula diz ser necessário ver as coisas numa perspectiva fria, partindo do princípio de que os partidos políticos existem para conquistar e manter o poder.
Na sua opinião, não é de excluir a hipótese de uma estratégia, nessa perspectiva, dependendo da maneira como as instituições estão estabelecidas, bem como das relações do poder entre os diferentes actores.
O interesse da Frelimo é conquistar e manter o poder.
"Num contexto em que o partido domina, é bem possível que faça sentido essa hipótese e com um Conselho Constitucional fraco e uma Comissão Nacional de Eleições também fraca, acaba fazendo com que a agenda do partido dominante vença", destacou.
Contudo, Marrengula considera que se coloca a questão de que se as leis foram aprovadas pelos outros partidos, o que é que esses partidos fizeram para que isso não acontecesse, "e neste caso particular é provável que o culpado disso é a própria Renamo".
Entretanto, para o também académico Calton Cadeado, a análise sobre uma eventual estratégia da Frelimo para eliminar os adversários, parece ser um debate desalinhado e fora da realidade, porque soa a ideia de suspeito de costume e de fuga para frente.
De acordo com o analista, "na ideia da fuga em frente vimos muitas vezes que a culpa dos nossos problemas está sempre do outro lado e não dentro de nós. A Renamo não pode ficar presa nessa ideia de que a culpa é da Frelimo, que até pode ser, mas enquanto or assim, a Renamo e todos aqueles que fazem essa crítica, estão a perder uma oportunidade de fazer uma análise introspectiva dentro da Renamo".
Este debate apenas começa em Moçambique, a um mês das eleições.